779
pessoas já estiveram detidos em Guantánamo desde 2002; cerca de 200 foram soltos em 2004, boa parte sem acusação formal.
166
presos estão na base hoje, dos quais 100 em greve de fome, segundo o porta-voz do próprio campo.
O presidente de Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem em entrevista coletiva na Casa Branca que retomará os esforços para conseguir a aprovação do Congresso para fechar a prisão de Guantánamo, que afirmou ser "cara", "ineficaz" e "uma ferramenta para recrutar extremistas".
"Sigo achando que temos de fechar Guantánamo", afirmou Obama. O presidente disse ainda que não deseja ver morto nenhum dos detentos que estão realizando greve de fome na prisão. Obama prometeu fechar Guantánamo após ser eleito presidente em novembro de 2008. Para ele, a penitenciária não é necessária para garantir a segurança dos EUA.
"É caro. É ineficaz. Danifica nossa imagem internacional. Reduz a cooperação com nossos aliados nos esforços antiterroristas. É uma ferramenta para o recrutamento de extremistas. É preciso fechá-la", argumentou. Obama lamentou a falta de apoio do Congresso para conseguir este objetivo e lembrou que a justiça decidiu que vários reclusos em Guantánamo poderiam retornar aos seus países de origem ou a outra nação.
Obama adiantou que voltará a dialogar com os legisladores para mostrar que manter a prisão aberta é prejudicial para os interesses americanos.
"A ideia de que vamos manter mais de cem indivíduos em terra de ninguém perpetuamente, indivíduos que não foram julgados, é contrária ao que somos", disse.
As declarações de Obama foram saudadas por organizações de defesa dos direitos humanos. "O presidente Obama tem razão. Guantánamo não torna o país mais seguro e constitui um problema que seguirá se degradando se não for abordado", afirmou em um comunicado Daphen Eviatar, da Human Eights Watch.
Na última segunda-feira, o governo dos EUA enviou uma equipe de médicos como reforço para gerenciar a greve de fome de quase 100 dos 166 detentos. Já chega a 21 o número de detentos alimentados à força, por sonda nasogástrica, um a mais do que no sábado. Outros cinco estão hospitalizados, mas estáveis. Os detentos protestam por sua detenção por tempo indeterminado, sem acusações ou julgamento. A maioria está nessa situação há 11 anos.
Provas
Presidente diz que ainda tem dúvidas sobre uso de armas químicas na Síria
Folhapress
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que ainda tem dúvidas sobre o uso de armas químicas na Síria. Para ele, as provas apresentadas pela inteligência americana são insuficientes para optar por uma intervenção militar.
Na semana passada, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, disse que os agentes encontraram evidências "com graus variados de confiança" de que carregamentos de gás sarin foram usados em pequenas quantidades em diversas regiões da Síria, provavelmente pelo regime sírio.
Obama afirmou que as informações divulgadas por Hagel ainda são preliminares e que faltam dados sobre em que circunstâncias as armas foram aplicadas. Por isso, não dá para definir nenhuma interferência no conflito do país árabe.
"Nós ainda não sabemos como, onde e quem as usaram, e quando tomo decisões sobre a segurança nacional americana e o potencial para uma ação adicional em resposta ao uso de armas químicas, preciso ter certeza de que tenho as provas."
Para ele, é preciso ter informações precisas e comprovadas sobre o ataque para definir qualquer ação contra o regime sírio, principalmente em caso de intervenção militar. Obama voltou a dizer que as armas químicas mudariam o cenário da guerra civil.
O mandatário ainda afirmou que faz reuniões desde o início do ano com as Forças Armadas para definir como atuar caso a suspeita seja confirmada. Ele, no entanto, não deu detalhes sobre o que foi determinado durante as reuniões.
Boston
Questionado sobre a investigação do ataque na maratona de Boston, Obama defendeu o trabalho das equipes de investigação e agradeceu a colaboração da Rússia na ação. Também afirmou que o presidente Vladimir Putin sugeriu que os países façam uma agência conjunta para combater o terrorismo.
A base
Prisão abriga acusados de terrorismo desde 2002
Origem
A base militar começou a ser construída em 1898; o tratado de concessão foi assinado por Cuba e pelos EUA em 1903. Os americanos mantiveram a base mesmo depois da Revolução Cubana de 1959.
Prisão
Em janeiro de 2002, três meses após o 11 de Setembro, a gestão de George W. Bush passa a usar a base como prisão para acusados de terrorismo capturados no Paquistão, no Afeganistão e em outros países.
Abuso
A partir de 2004, Suprema Corte dá aos presos direito a proteção mínima sob a Convenção de Genebra, antes negada pelos EUA. Há relatos de abuso, tortura e restrição ao acesso a advogados.
Promessa
Em 2009, eecém-eleito, Barack Obama promete fechar a prisão de Guantánamo dentro de um ano, mas não cumpre a promessa ao longo do primeiro mandato; Pentágono culpa oposição no Congresso pelo descumprimento.
Fonte: Folhapress.
Deixe sua opinião