Petroleira deve criar fundo
Antes do discurso de ontem à noite do presidente Barack Obama, governo dos Estados Unidos anunciou que forçará a petroleira britânica BP a criar um fundo multimilionário para pagar os prejuízos. "A melhor maneira para lidar com a BP é tomar os processos de demanda", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
O presidente Barack Obama "os forçará legalmente ou chegará a um acordo com a BP para evitar as demandas e dar sua gestão a uma entidade independente para que as pessoas que foram prejudicadas possam obter o dinheiro que merecem", acrescentou Gibbs, que se negou a mencionar um valor.
O Golfo do México foi fechado à pesca nas últimas oito semanas, após a explosão no dia 20 de abril da plataforma da BP Deepwater Horizon em frente à costa da Louisiana. A BP prometeu "honrar com todas as legítimas reclamações" de compensação. A empresa britânica já pagou 19 mil pedidos de indenização com um total de US$ 53 milhões. Mas a maioria dos cheques de 2.500 e 5 mil dólares para pessoas prejudicas pela tragédia estão longe dos US$ 20 mil arrecadados durante uma boa temporada pesqueira.
O desastre ambiental pode ganhar proporções ainda maiores. Ontem, o governo revisou a estimativa do vazamento de petróleo. De acordo com o novo cálculo, estão sendo jogados no mar diariamente de 35 mil a 60 mil barris de óleo. Antes, a previsão era de 20 mil a 40 mil barris. Na explosão, em abril, 11 operários que trabalhavam na plataforma morreram.
A BP instalou equipamento para conter o vazamento, mas conseguiu reter apenas 40% do óleo.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem obrigar a British Petroleum (BP) a pagar pelos estragos causados por sua "imprudência" no vazamento de petróleo no Golfo do México. Ele aproveitou a indignação pública com o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos para pedir apoio à sua proposta de diminuir a dependência do país de combustíveis fósseis.
"Vamos lutar contra esse vazamento com tudo o que temos, pelo tempo que for preciso. Vamos fazer com que a BP pague pelo estrago que sua companhia causou", afirmou Obama em discurso à Nação.
O modo como Obama responde à pior catástrofe ecológica dos Estados Unidos terá implicações não apenas para a gigante de energia britânica BP, mas para o futuro das perfurações norte-americanas em alto mar.
O presidente deixou claro que apoia um projeto de lei mais amplo de energia que inclua a redução das emissões de gases do efeito de estufa, e uma autoridade sênior do governo disse que o presidente ainda "acredita que estabelecer um preço sobre a poluição de carbono é essencial."
Mas não falou especificamente sobre o componente da mudança climática durante seu discurso, talvez consciente dos obstáculos políticos. Ele disse que está aberto a ideias de democratas e republicanos para reduzir a dependência norte-americana do petróleo, mas insistiu: "A única abordagem que não vou aceitar é a falta de ação".
Outra questão crucial é se Obama, que fez seu primeiro discurso à Nação sobre o tema no Salão Oval da Casa Branca, poderá acalmar a raiva dos eleitores num ano de eleições legislativas, já que a maioria de seu Partido Democrata no Congresso corre riscos. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos norte-americanos acredita que Obama não tem sido forte o suficiente para lidar com a BP.
Obama defendeu também a suspensão temporária da exploração de petróleo nos EUA uma medida que, segundo ele, é "difícil, mas necessária".
O presidente disse ainda que o vazamento de petróleo em curso atualmente no Golfo do México, que começou em 20 de abril com a explosão da plataforma Deepwater Horizon, é o pior desastre ambiental da história dos EUA e o combate aos seus efeitos levará anos. Segundo Obama, o vazamento "é como uma epidemia" contra a qual os EUA "lutarão por meses ou mesmo anos".
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