O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, receberá na segunda-feira o presidente do México, Felipe Calderón, com o objetivo de buscar novas formas de combater os cartéis do narcotráfico, que transformaram a fronteira entre os dois países em um sagrento local de mortos.
Apesar das tentativas lançadas há dois anos por Calderón com o uso de milhares de policiais e soldados, os cartéis continuam uma luta feroz entre si e com as forças de segurança visando as rotas de introdução de drogas nos Estados Unidos, que deixou cerca de 5.700 mortos no ano passado.
A violência acontece sobretudo do lado mexicano da fronteira, mas um relatório recente do Centro Nacional de Inteligência sobre Narcóticos do Departamento de Justiça diz que os cartéis mexicanos estão presentes em 230 cidades dos Estados Unidos.
Esses cartéis introduzem a maior parte da cocaína vendida no mercado norte-americano, assim como anfetaminas e maconha.
Analistas acreditam que os dois presidentes discutirão como ampliar a chamada Iniciativa Mérida, acordada no início de 2007 entre Calderón e o presidente George W. Bush. Contempla ajuda de Washington ao México de 1,4 milhão de dólares em três anos em recursos dirigidos a tecnologia e equipamientos.
Para os especialistas, parece insuficiente.
"Foi um primeiro passo e evidenciou um novo sentido de cooperação, mas com estas novas notícias (sobre o poder dos narcotraficantes) seria necessário un fortalecimento da iniciativa, com aumento de recursos", disse à Reuters Enrique Cárdenas, diretor do Centro de Estudos Espinosa Iglesias.
Calderón será o primeito presidente a ser recebido por Obama desde que ganhou as eleições em novembro. Será uma primeira aproximação sem maiores expectativas e não deve incluir o delicado tema dos imigrantes mexicanos ilegais.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura