Em reuniões com líderes do Congresso americano e com os principais banqueiros de Wall Street, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que não vai negociar a redução de seu plano universal de saúde até o Congresso aprovar o Orçamento.
Sem a aprovação, o governo, oficialmente "fechado", mandou para casa mais de 800 mil funcionários públicos federais, em licenças não remuneradas, e fechou parques nacionais, monumentos, escritórios do governo e sites de agências federais.
Depois de criticar a intransigência do Congresso, Obama chamou ontem os líderes republicanos e democratas da Câmara e do Senado para dialogar na Casa Branca. Após 90 minutos de conversa, não houve nenhum progresso.
"Ele disse que não vai negociar", afirmou o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, criticado por analistas e por parte da imprensa americana por agir de má-fé ao longo do processo que levou à paralisação, retardando qualquer diálogo. O New York Times batizou a paralisação com o sobrenome de Boehner.
No encontro com alguns dos principais nomes do mercado financeiro, como os presidentes do JP Morgan, Goldman Sachs e Bank of America, Obama reforçou o risco de um calote, caso o Congresso não autorize a elevação do teto do endividamento.
Sobre o encontro com os banqueiros, Obama disse em uma entrevista exclusiva à rede CNBC que "é importante para eles reconhecer que [o limite ao endividamento] terá um profundo impacto na nossa economia".
Na mesma entrevista na tevê, Obama disse que não negociará com a "ala extremista" de um partido. "A mensagem que tenho para os líderes no Congresso é que não negociaremos até que uma peça legislativa reabra o governo e até que o Congresso permita o Departamento do Tesouro pagar pelas coisas que o próprio Congresso já aprovou", ameaçou.
Ainda como reação ao fechamento, Obama reprogramou parte de uma viagem pela Ásia, que faria a partir do próximo sábado. Ele irá a duas cúpulas, em Bali e no Brunei, mas adiou visitas às Filipinas e à Malásia.
No próximo dia 17, o governo americano atinge o limite legal para continuar a tomar empréstimos para cumprir suas obrigações da dívida.
800 mil funcionários públicos federais foram dispensados na paralisação. O governo fechou parques nacionais, monumentos, escritórios e sites de agências federais.