Biden é o mais cotado para chapa democrata
Washington - Com a expectativa de que Barack Obama anuncie seu companheiro de chapa até amanhã, a especulação de que o candidato a vice do Partido Democrata seja Joe Biden o maior especialista democrata em política externa no Senado é também simbólica. O fato de Biden estar cotado é um sinal do temor de que a inexperiência de Obama em temas internacionais, em comparação ao republicano John McCain, custe muito aos democratas em pesquisas. Obama disse ontem ao site do jornal USA Today que já decidiu quem será o candidato a vice-presidente na chapa democrata, embora não tenha anunciado quem é. Obama disse que é alguém independente, preparado para ser presidente e que poderá ajudá-lo a fortalecer a economia. Ele planeja aparecer com o candidato a vice em um evento na tarde do sábado, em Illinois.
Em Washington, as apostas estão abertas para a escolha dos colegas de chapa de Barack Obama e John McCain. Os dois candidatos passaram as últimas semanas em reuniões com membros do partido, senadores e governadores em busca do melhor nome para o cargo de vice-presidente. Ambas as campanhas sinalizam com uma decisão entre hoje e o início de suas respectivas convenções (a democrata, a partir do dia 25; a republicana, a partir de 1º de setembro).
Obama e McCain já completaram a fase que os americanos chamam de "vetting time" (momento de checar). Mais do que ajudar a ganhar a eleição, o vice pode ajudar a perder. Levantar a ficha do vice passou a ser um dos passos mais importantes da escolha do número dois pelo menos desde 1984. Naquele ano, a campanha democrata foi pelo ralo após a escolha de Geraldine Ferraro como companheira de chapa de Walter Mondale. Problemas financeiros do marido de Ferraro vieram à tona após a sua indicação, e Mondale caiu nas pesquisas de onde não saiu mais.
"A regra mais ou menos aceita hoje pelos políticos e especialistas é: escolha alguém que não lhe cause danos", disse à Gazeta do Povo Stephen Hess, assessor dos governos republicanos de Dwight Eisenhower (1953-61), Richard Nixon (1969-74) e Gerald Ford (1974-77), e atualmente especialista em assuntos presidenciais do Instituto Brookings, em Washington.
A confiança é um fator importante, diz Hess, mas nenhum candidato desconsidera o cálculo político: a força do vice em somar votos. Apesar de McCain e Obama serem dois personagens políticos de peso, o que torna improvável que o vice chegue a ser um fator realmente relevante para determinar o resultado da eleição, o companheiro de chapa deve agregar votos em regiões ou grupos em que o candidato principal não tem grande destaque, dizem analistas. Quem é forte nos estados considerados "swing-states" aqueles que não possuem preferência por nenhum dos dois partidos e serão fundamentais no resultado final costuma largar na frente (veja mais ao lado).
Futuro presidente
A escolha do vice-presidente também não é apenas a escolha do segundo homem mais poderoso da América. Historicamente, o vice tem boas chances de ele próprio se tornar presidente no futuro. Quatro dos últimos oito ocupantes do Salão Oval foram vice-presidentes Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford e George H. W. Bush (o pai).
Preocupados com a viabilidade política dos vices, os candidatos à Presidência costumam ignorar o fato de que o companheiro escolhido pode vir a governar o país. Segundo Hess, é nisso que Obama e especialmente McCain, por causa da idade avançada, deveriam estar mais preocupados, e não tanto com a influência dos vices na atual campanha. "A escolha do vice é uma história de 24 horas. Se a imprensa falar do vice por mais de 24 horas, é porque tem alguma coisa errada: a escolha foi ruim."
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