Disputa acirrada
Pesquisas mostram empate na corrida pela Presidência
A declaração do presidente Barack Obama em apoio ao casamento gay vem num momento em que as pesquisas de intenção de voto mostram empate técnico na disputa pela Presidência dos EUA com o rival republicano Mitt Romney.
A seis meses das eleições, levantamento feito pelo site Politico, com a Universidade George Washington, em 12 swing states (estados sem clara inclinação partidária) dá 48% para Romney contra 47% para Obama.
Já uma pesquisa do Instituto Gallup/USA Today conduzida nos swing states e divulgada na segunda-feira mostra o democrata na frente, com 47% dos votos contra 45% de Romney.
Como os resultados se encontram dentro da margem de erro, pode-se considerar que os candidatos estão tecnicamente empatados. Segundo as pesquisas, Obama ainda aparece como o candidato mais simpático, enquanto Romney parece mais apto a lidar com a economia.
Mitt Romney reafirma ser contra a união homossexual
O provável adversário republicano do presidente Barack Obama na eleição presidencial americana de novembro, Mitt Romney, reafirmou ontem sua oposição ao casamento homossexual após as declarações feitas pelo chefe da Casa Branca a favor das uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Mitt Romney, cuja indicação como candidato está prevista para agosto, disse a uma emissora de tevê local que "não era a favor, nem do casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem das uniões civis que só diferem do casamento pelo nome".
O candidato republicano, considerado um moderado dentro do seu partido, afirmou considerar "apropriado dar direito ao parceiro de se beneficiar de certas ajudas ou ter direito a visitas ao hospital, mas o resto não".
A declaração de Obama sobre um tema social potencialmente explosivo pode abrir um flanco de ataque para Mitt Romney, que poderia garantir o apoio do eleitorado conservador.
No entanto, enquanto governador de Massachusetts, estado de tradição democrata, Romney teve que aceitar o direito ao casamento homossexual, o que lhe rendeu críticas dentro do partido durante a campanha das primárias.
Os eleitores da Carolina do Norte, no sudeste do país, aprovaram na terça-feira a emenda constitucional que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O ex-presidente Bill Clinton fez campanha contra a emenda.
AFP
O presidente Barack Obama disse que apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo. É o primeiro presidente a declarar, durante o mandato, a chancela ao casamento gay, tema que despontou durante a campanha presidencial.
"Para mim, pessoalmente, é importante avançar e afirmar que eu acho que casais do mesmo sexo deveriam poder se casar", disse em entrevista à rede ABC News.
Quando fazia campanha para o Senado, em 1996, Obama declarou apoio à legalização do casamento gay. Depois, passou a se dizer favorável apenas à união civil.
Na sua administração, entretanto, legislou favoravelmente aos gays, por exemplo, quando baniu a política "Não Pergunte, Não Conte", que proibia discriminação nas Forças Armadas, mas barrava o acesso militar aos que assumiam a orientação sexual.
Nos últimos dois anos, Obama deu declarações vagas sobre o assunto. Ele dizia que ainda estava amadurecendo a opinião sobre o tema. No domingo, o vice-presidente, Joe Biden, declarou-se favorável ao casamento gay.
Apesar do apoio declarado ontem, Obama disse que a legislação sobre o tema deve ser de responsabilidade dos Estados, e não da Federação.
Ontem, a Carolina do Norte aprovou uma emenda constitucional para banir uniões civis e casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Os organizadores da campanha de Obama divulgaram comunicado dizendo que a decisão era desapontadora.
O apoio do democrata ao casamento gay reorienta o foco da campanha presidencial para um tema social. Obama disputa a reeleição em novembro e seu rival republicano provavelmente será o ex-governador Mitt Romney.
Momento
O debate sobre o casamento gay já havia ganhado força na semana passada, quando Richard Grenell, um assessor gay republicano especializado em política externa, pediu demissão após ser aconselhado a não participar de um evento de campanha.
Bloomberg, prefeito de Nova York, defendeu a declaração de Obama. "Nenhum presidente norte-americano alguma vez apoiou uma grande expansão de direitos civis que não fosse no final das contas adotada pelo povo norte-americano. Tenho certeza que essa não será exceção."
Grupos gays comemoraram a decisão de Obama. Segundo eles, as palavras do presidente serão celebradas por gerações inteiras. Gays são considerados doadores importantes para a campanha do democrata.
Interatividade
Qual o impacto que o apoio de Obama ao casamento homossexual terá na eleição presidencial dos EUA?
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