O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que quer saber "o traseiro de quem chutar" por causa do vazamento de petróleo no Golfo do México, elevando o tom das suas queixas contra a empresa responsável pelo acidente, a BP.
"Não fico sentado conversando com os especialistas (como se fosse) num seminário de faculdade. Conversamos com essa gente porque eles potencialmente têm a melhor resposta para que eu saiba o traseiro de quem chutar", disse ao presidente em entrevista que vai ao ar na terça-feira no programa "Today", da NBC News.
Essa foi a reação mais indignada de Obama nas sete semanas desde o acidente, o pior desse tipo na história dos EUA. Ele reiterou que todos os afetados deverão ser indenizados.
Em Londres, as ações da BP caíram 3,6% depois da fala de Obama, revertendo a alta da véspera. Desde meados de abril, a empresa já perdeu mais de um terço do seu valor de mercado. Em outro golpe para a empresa, o Goldman Sachs reduziu sua recomendação relativa a papéis da BP, de "comprar" para "neutro".
Uma pesquisa Washington Post/ABC mostrou que 69% dos norte-americanos acham que o governo foi "mal" ou "não muito bem" na sua reação ao problema. Foram ouvidas um pouco mais de mil pessoas entre os dias 3 e 6 de junho.
Técnicos dizem que o vazamento só deve ser totalmente sanado a partir de agosto, mas a BP disse que está conseguindo recolher mais petróleo por meio de um "funil" instalado na boca do poço, 1,6 mil metros abaixo da superfície marinha.
O vazamento começou em 20 de abril, com a explosão e naufrágio de uma plataforma de perfuração, com saldo de 11 mortos. Outras tentativas de recolher ou conter o óleo haviam fracassado.
O governo disse que a BP pretende recolher 3,18 milhões de litros por dia na atual operação. Mas a empresa disse que conseguiu capturar pouco mais de um terço disso nas primeiras 12 horas da segunda-feira.
Nem as autoridades nem a empresa forneceram uma estimativa de quanto petróleo ainda está jorrando no Golfo.
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