O presidente americano, Barack Obama, antecipou o fim de suas férias de fim de ano e inicia hoje uma última tentativa de acordo com o Congresso sobre o Orçamento federal, que evite o chamado abismo fiscal: o corte compulsório de gastos e aumento de impostos em mais de US$ 600 bilhões a partir de janeiro.
Obama defende o aumento de impostos para os mais ricos e a manutenção dos gastos com programas sociais. Os republicanos, defendem aumento de impostos para todos e o corte gastos com programas sociais, inclusive os de saúde. Analistas acham improvável que a poucos dias do prazo final para um consenso haja um acordo.
Aumento de impostos e cortes de programas federais preocupam a maioria dos americanos. Alguns economistas preveem um forte risco de nova recessão, com desvalorização de ações, redução do consumo e dos investimentos de empresas e mais demissões. Mas outros analistas estimam que o impacto dos impostos será apenas gradual, com a maioria da população recebendo restituições menores, mas nada muito significativo.
"A conclusão simplista de que o abismo fiscal necessariamente significa recessão no ano que vem é equivocada", afirma Lewis Alexander, economista do Namura Securities. "Vai depender das políticas em curso."
Medidas extraordinárias
Diante da possibilidade de não sair um acordo, o governo está preparando uma série de medidas extraordinárias para adiar o default do país, segundo o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.
Em uma carta enviada ao Congresso, Geithner disse que o Tesouro irá começar a tomar medidas para "adiar a data na qual os EUA não poderão mais cumprir com suas obrigações legais".
Geithner advertiu que não sabe quanto tempo poderá oferecer à Casa Branca e aos legisladores americanos caso este não cheguem logo a um acordo sobre um compromisso orçamentário para evitar que a economia mergulhe no "abismo fiscal".
Segundo o secretário, entre as medidas extraordinárias estão o travamento da emissão de alguns títulos do governo estadual e municipal, o que deve gerar um prazo maior de cerca de dois meses.