Washington - Um grupo bipartidário de congressistas dos EUA apresentou on­­tem um processo contra o presidente Barack Obama em um tribunal federal pela suposta conduta "ilegal" do chefe do Executivo ao ordenar operações militares na Líbia sem autorização do Legisla­­tivo.

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O deputado por Ohio Dennis Kucinich, membro do Partido De­­mocrata, o mesmo do presidente, e outros nove membros da Câmara dos Representantes lideram a ofen­­siva contra Obama. Eles alegam que o presidente teria ignorado o Con­­gresso ao autorizar o uso de for­­ças militares no país norte-africano.

Os congressistas se baseiam na resolução dos poderes de guerra de 1973, que exige que presidentes tenham autorização do Congresso para operações militares em no má­­ximo 60 dias de seu início, ou que suspendam a operação 30 dias de­­pois disso. Os 60 dias foram comple­­tados em 20 de maio. O Legis­­lativo não autorizou a atual ação na Líbia.

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A Casa Branca afirma que a resolução não se aplica à operação porque, desde 7 de abril, quando a Otan (aliança militar ocidental) as­­sumiu sua liderança, os EUA não se engajaram em "hostilidades" no nível necessário para invocar o pra­­zo dos 60 dias. "Nós acreditamos que a lei foi violada. Nós pedimos aos tribunais que ajam para proteger o povo americano dos resultados dessas políticas ilegais", afirmou Kucinich.

A ação internacional na Líbia é coordenada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e está respaldada por uma decisão do Conselho de Segurança da ONU.

Justificativa

Diante da pressão interna crescente, a Casa Branca anunciou que en­­viaria ontem mesmo um dossiê de mais de 30 páginas ao Congresso para justificar a ação militar norte-americana na Líbia. Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, disse que o relatório inclui uma análise legal justificando a missão e deve responder às preocupações dos congressistas.

Carney disse que a missão da Organização do Tratado do Atlân­­tico Norte (Otan) ajudou a evitar um massacre de civis e enfraqueceu partidários do ditador líbio Mua­­mar Kadafi. Ele disse que é importante que o Congresso continue a apoiar a investida militar, porque ela tem sido bem-sucedida. "Agora não é a hora de enviar mensagens dúbias", avaliou Carney.

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Gastos

Os Estados Unidos já gastaram mais deUS$ 715 milhões nas operações militares e humanitárias na Líbia, no início do ano, segundo dados do governo. "Até o dia 3 de junho de 2011, o custo das operações mi­­litares do departamento de Defesa e as medidas de ajuda humanitária exigiram 715,9 milhões de dó­­lares", destaca o documento.