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Manifestante exibe cartaz com a frase “Agora somos 35”, em referência ao retorno de Cuba à OEA | Eitan Abramovich/AFP
Manifestante exibe cartaz com a frase “Agora somos 35”, em referência ao retorno de Cuba à OEA| Foto: Eitan Abramovich/AFP

Saúde

Chávez volta a Cuba e não confirma presença em encontro

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem que partirá hoje para Cuba, onde planeja permanecer vários dias para se submeter aos últimos ciclos de radioterapia contra uma recorrência do câncer diagnosticado no ano passado.

"A verdade é que amanhã (hoje) vou de novo a Havana continuar o tratamento", disse Chávez, que não exclui viajar antes a Cartagena (Colômbia) para participar da abertura da Cúpula das Américas, uma decisão que, segundo ele, deve ser tomada por seus médicos.

"Estou pensando em pedir permissão para não retornar na metade da semana que vem, mas ficar em Cuba a semana inteira para receber o tratamento completo", e "não ter que ficar indo e vindo" para a Venezuela, disse.

Chávez, que no fim de fevereiro foi operado de uma recorrência de um câncer detectado em 2011, realizou até o momento três ciclos de radioterapia em Cuba.

Três anos se passaram desde que os líderes da América Latina festejaram o então re­­cém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Oba­­ma, em uma cúpula do continente americano, em Tri­­nidad e Tobago. A partir de hoje, no entanto, quando Obama irá se reunir nova­­mente com os colegas na Cúpu­­la das Américas, na ci­­dade colonial colombiana de Cartagena, a recepção ao presidente norte-americano deverá ser bem mais morna.

A cúpula anterior, de 2009, acabou com a sensação de que a eleição de Obama representava uma virada no relacionamento de Washington com a América Latina. No entanto, três anos mais tarde, a impressão predominante é a de que a região continua no pé da agenda da Casa Branca.

"Houve uma perda inevitável de parte do brilho", diz Eric Hershberg, professor da American University.

Muitos líderes latino-americanos, inclusive aliados dos EUA, como o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, se mostram abertamente frustrados com o fato de a política externa americana continuar a se basear na sua estratégia de combate às drogas.

Eles querem discutir outros assuntos delicados, como o embargo dos Estados Unidos a Cuba.

Brasil

O Brasil também tem tido pouco progresso nas relações com os EUA. No começo da semana, a presidente Dilma Roussef se reuniu com Obama e aproveitou a oportunidade para acusar a política monetária altamente acomodatícia do Federal Reserve, o BC americano, de inundar os países emergentes como o Brasil de capitais e provocar desequilíbrios econômicos globais.

"A reunião não deu em nada e os brasileiros provavelmente voltaram para casa perguntando a si mesmos o porquê de terem se deslocado até Washington", observa Riordan Roett, um especialista em América Latina da Universidade Johns Hopkins.

O mesmo sentimento deverá permear o encontro de Cartagena, principalmente porque Obama busca a reeleição e irá, sem dúvida, evitar incitar qualquer percepção do eleitorado norte-americano de que está sendo leniente em questões como a das drogas, de Cuba e da imigração ilegal.

"No momento, a América Latina sequer está no mapa de Washington", diz Moises Naim, do centro de estudos Carnegie Endowment for In­­ternational Peace. "Isso provavelmente não vai mudar depois da cúpula", completa.

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