O presidente Barack Obama anunciou na quarta (24) o diplomata Peter Michael McKinley como sua escolha para ser o próximo embaixador dos Estados Unidos no Brasil. O nome ainda será submetido ao Senado americano, mas já recebeu, no mesmo dia, o agrément (anuência formal) do Brasil.
Atualmente embaixador do país no Afeganistão, McKinley substituiria a diplomata Liliana Ayalde, que chefia a embaixada americana em Brasília desde 2014.
Diplomata de carreira, o escolhido de Obama tem 62 anos e um antigo envolvimento com a América Latina. Filho de americanos, nasceu na Venezuela. Fala português, espanhol e francês e cresceu vivendo entre Brasil, México, Espanha e Estados Unidos, de acordo com sua biografia divulgada pelo Departamento de Estado americano (equivalente a ministério do Exterior).
Além disso, foi embaixador no Peru (2007-2010) e na Colômbia (2010-2013) e é autor de um livro sobre o período colonial na Venezuela, “Pre-Revolutionary Caracas: Politics, Economy, and Society: 1777-1811” (Caracas pré-revolucionária, política, economia e sociedade: 1777-1811, sem tradução para o português).
McKinley é considerado no Departamento de Estado um diplomata experiente e talentoso -e, segundo fontes disseram à Folha de S.Paulo, uma escolha de peso. O fato de ter sido embaixador no Afeganistão, um país em guerra, é citado como prova de competência.
Carreira
A carreira diplomática de McKinley teve início em 1983, depois que ele concluiu o doutorado em Estudos Latino-Americanos na Universidade de Oxford (Reino Unido). Seu primeiro posto no exterior foi na Bolívia, onde trabalhou no setor consular. De volta a Washington, continuou trabalhando com temas latino-americanos, como pesquisador e analista de inteligência com foco em El Salvador e Cuba. Em seguida foi chefe do departamento que cuida de Angola e Namíbia e depois assistente especial para a África.
Sua experiência em assuntos africanos continuou em 1997, quando foi enviado a Moçambique para ser o número dois da embaixada americana em Maputo. Mais tarde, teve a mesma posição em Uganda e na Bélgica.
Como McKinley é um diplomata de carreira, seu processo de sabatina e aprovação pelo Senado deve transcorrer sem maiores contratempos. A maioria opositora, porém, tem atrasado a aprovação de algumas indicações feitas por Obama por meses, o que torna o timing de aprovação uma incógnita.
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