O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou a nova política nuclear do país. Segundo ele, os EUA usarão armas atômicas apenas "em circunstâncias extremas". "De fato, os Estados Unidos querem ressaltar que apenas considerarão o uso de armas nucleares em circunstâncias extremas, para defender os interesses vitais dos Estados Unidos ou de seus aliados e parceiros", afirmou a administração Obama, em um documento que delineia essa política.
A Revisão da Postura Nuclear também descreve o "terrorismo nuclear" como uma ameaça imediata e extrema, maior até que a representada por Estados com armas nucleares. Mais cedo, funcionários já haviam adiantado que as novas diretrizes reduzem o papel das armas nucleares na estratégia de segurança nacional norte-americana.
Em uma entrevista ao jornal The New York Times, Obama disse que ele deve fazer exceções para países como Irã e Coreia do Norte. Porém, a intenção do presidente era ressaltar seu compromisso para evitar o uso de armas nucleares e eliminar ambiguidades da Guerra Fria sobre quando essas armas podem ser utilizadas.
A nova postura nuclear é anunciada dias antes de Obama firmar um tratado com a Rússia para diminuir os estoques nucleares dos dois países, cortando equipamentos capazes de realizar lançamentos de longas distâncias em um terço. Depois de confirmarem o acordo, o norte-americano e o presidente russo, Dmitry Medvedev, participarão de um encontro internacional sobre a questão nuclear em Washington.
Confiança
Em Moscou, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse que o tratado "reflete um novo nível de confiança entre Moscou e Washington". Ele advertiu, porém, que os russos podem se retirar unilateralmente do pacto, caso os EUA movam seu sistema de defesa antimísseis para muito perto do território russo. Uma das principais metas da política externa de Obama é que se contenha a proliferação nuclear. Para isso, ele comprometeu seu país com uma série de reduções em seus arsenais.
Na entrevista ao NYT, Obama notou que a nova abordagem dos EUA deixará claro que Estados que não possuem armas nucleares e são signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) não poderão ser atacados com armas nucleares pelos EUA. No entanto, ele lembrou que, caso haja alguma agressão, os EUA terão "ferramentas" para "que o povo norte-americano fique seguro".
Em abril de 2009, Obama prometeu em um discurso em Praga trabalhar por um mundo sem armas nucleares. Ele já admitiu, porém, que não espera ver essa meta alcançada durante sua vida. A revisão do tratado entre EUA e Rússia sofreu com atrasos e aparentes divergências entre os governos. O acordo deveria ser firmado em dezembro.
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