Fortalecido pelo apoio de outras potências mundiais, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, avisou o Irã nesta sexta-feira que deve ser claro sobre seu programa nuclear nas conversações da semana que vem, do contrário poderá enfrentar "sanções de forte efeito."
Obama fez a firme advertência no fim da cúpula do G20 em Pittsburgh, onde ele e os líderes da Grã-Bretanha e da França acusaram o Irã de construir uma usina secreta de energia nuclear, violando leis internacionais.
"A comunidade internacional falou. Cabe agora ao Irã responder", disse Obama em entrevista à imprensa.
A nova revelação do escopo do controverso programa nuclear do Irã adicionou um novo senso de urgência às conversações entre o Irã, os EUA e as cinco outras potências em 1o de outubro, em Genebra.
No início do dia, Obama, ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy, acusou o Irã de estar construindo em segredo há vários anos uma segunda usina de enriquecimento de urânio, perto da cidade sagrada de Qom.
Obama disse que os EUA e seus aliados estão "totalmente" confiantes em relação às suas informações de inteligência sobre a instalação nuclear clandestina.
Mas o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu que a planta nuclear está dentro dos parâmetros das normas da agência de supervisão nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) e que não há nenhum problema quanto a permitir a visita do local por inspetores internacionais.
"Não é um local secreto", disse Ahmadinejad em entrevista à imprensa, em Nova York, dizendo que os EUA, Grã-Bretanha e França vão se arrepender dessas acusações.
Ahmadinejad afirmou que Israel "não ousaria atacar" o Irã e que os iranianos são capazes de se defender.
O Irã admitiu pela primeira vez na segunda-feira a existência da instalação em uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma revelação que as autoridades dos EUA disseram ter como objetivo se antecipar às acusações dos governos ocidentais.
Obama disse que preferia o caminho diplomático com o Irã, mas acrescentou que "Nós não descartamos nenhuma opção."
"Quando nós descobrirmos que a diplomacia não funciona, nós estaremos em uma posição mais forte para, por exemplo, impor sanções de forte efeito", disse Obama.
Grã-Bretanha, França e Alemanha também mencionaram a possibilidade de novas e duras sanções, enquanto a Rússia - anteriormente relutante em levar adiante mais punições - mostrou maior propensão a considerar essa alternativa. A China também expressou preocupação com as atividades nucleares do Irã e pediu uma solução negociada.
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