O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta segunda-feira a aliados sua nova estratégia para a guerra do Afeganistão, que segundo assessores deve incluir o envio de cerca de 30 mil soldados adicionais ao país asiático e a adoção de um cronograma para a desocupação.
Após três meses de deliberações, Obama deve divulgar a nova estratégia em um discurso na noite de terça-feira na Academia Militar de West Point, em Nova York.
Ele já emitiu novas ordens aos seus comandantes militares com relação ao envolvimento dos EUA na guerra, e teve uma última reunião com seus consultores em que "comunicou sua decisão final sobre a estratégia", disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.
Autoridades norte-americanas dizem que Obama deve anunciar o aumento de 30 mil soldados ao Afeganistão para reforçar a segurança nas cidades, combater um Taliban ressurgente e treinar forças de segurança afegãs a gradualmente assumir o controle do país.
O Pentágono espera que membros da Otan, a aliança militar ocidental, ajude no reforço de tropas, elevando o número de soldados extras no país para 40 mil.
Washington espera que os reforços, enviados gradualmente num prazo de 12 a 18 meses, criem condições para que no futuro as tropas norte-americanas possam sair do país.
Obama explica estratégia a líderes mundiais
Sob anonimato, uma fonte oficial dos EUA disse que Obama citará prazos para a redução das forças depois que o envio de reforços estiver completo.
O envio de mais tropas ao Afeganistão atende às expectativas da cúpula militar e da bancada republicana no Congresso. Já a menção a prazos agrada a uma parte da bancada democrata e uma ampla parcela da opinião pública, preocupada com os custos humanos e financeiros da guerra, que já dura mais de oito anos.
Obama explicou detalhes ao receber no salão Oval o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd. Pelo telefone, fez o mesmo com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev. Na semana passada, ele já havia conversado com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
"O presidente acredita que a situação nesta região seja um desafio internacional compartilhado, de modo que (...) estará em estreitas consultas com nossos amigos e aliados durante o dia", afirmou Gibbs.