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Discurso

Obama fala em “virar a página” dos Estados Unidos

Obama discursou perante um Congresso dominado pela oposição | Mandel Ngan/Pool/Efe
Obama discursou perante um Congresso dominado pela oposição (Foto: Mandel Ngan/Pool/Efe)

Após 15 anos sofrendo com problemas econômicos, terrorismo e duas longas guerras, é hora de os Estados Unidos virarem a página, disse ontem o presidente americano, Barack Obama. "Agora, cabe a nós escolher quem queremos ser nos próximos 15 anos e nas décadas que virão", afirmou.

Obama fez ontem, por cerca de uma hora, seu discurso do Estado da União, o mais importante do ano, diante de um Congresso totalmente controlado pela oposição – cenário inédito em seis anos à frente da Casa Branca.

Após a dura derrota nas eleições legislativas, Obama afirmou que pretendia negociar com o Partido Republicano e acabar com a longa paralisia no Congresso.

Mas os sinais emitidos desde então mostram o contrário: Obama está disposto a reforçar as diferenças entre governo e oposição e usar seus poderes executivos para garantir seu legado na Presidência nos seus dois anos finais.

Com esse espírito, o democrata apresentou propostas que incluem alta dos impostos cobrados dos mais ricos e das grandes instituições financeiras como forma de financiar maiores benefícios para a classe média.

"Vamos aceitar uma economia em que apenas alguns de nós são bem-sucedidos? Ou vamos nos comprometer com uma economia que gere aumento da renda e chances para todos que se esforcem?"

O presidente concentrou o início de seu discurso nas conquistas econômicas desde que assumiu a Casa Branca, em 2009, auge da crise. "Nos últimos cinco anos, nossas empresas criaram mais de 11 milhões de empregos." O foco na economia também evidencia o início da campanha presidencial de 2016, em que o assunto deverá ser um dos pontos cruciais.

Apesar de ter dedicado a parte final de seu discurso à defesa da união entre os partidos, Obama ameaçou vetar projetos de lei que o Congresso discute: os que pretendem retroceder em suas ações sobre imigração, regulação financeira e saúde e impor sanções ao Irã que neste momento, alegou, poderiam atrapalhar as negociações com o país.

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