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Nadal em partida do Aberto de Wimbledon, em junho, sua última competição antes da lesão que o tirou das quadras | AFP
Nadal em partida do Aberto de Wimbledon, em junho, sua última competição antes da lesão que o tirou das quadras| Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (25) que seu país fará "o que deve fazer" para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear, enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ser contra ameaças de ataques cujas consequências seriam devastadoras. Ao subir à tribuna da Organização das Nações Unidas seis semanas antes da eleição presidencial nos EUA, Obama reagiu às críticas feitas por seu rival republicano, Mitt Romney, à política externa do atual governo. Romney o acusa de lidar mal com a Primavera Árabe, de abalar as relações de Washington com Israel e de não ser suficientemente firme com o Irã.

No discurso, Obama também apresentou um apelo aos líderes mundiais por uma resposta unida aos ataques contra representações diplomáticas norte-americanas em países muçulmanos, que resultaram na morte do embaixador dos EUA na Líbia. Para aumentar a pressão sobre o Irã, Obama disse à Assembleia-Geral que ainda há tempo para resolver a questão de forma diplomática, mas que "o tempo não é ilimitado".

A menção parece ter a intenção de acalmar as preocupações de Israel a respeito de uma suposta má-vontade dos EUA em impedir o progresso do programa nuclear iraniano. Mas Obama não cedeu à pressão do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que cobra a imposição de um "limite" para o Irã, a partir do qual poderia haver uma ação militar contra as instalações atômicas iranianas.

"Um Irã com armas nucleares não é um desafio que possa ser contido", disse Obama. "Ameaçaria eliminar Israel, a segurança das nações do Golfo (Pérsico) e a estabilidade da economia global". Por isso, afirmou Obama, "os Estados Unidos farão o que precisam para impedir o Irã de obter uma arma nuclear".

Os EUA e Israel, entre outros países, acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega, insistindo que suas atividades estão voltadas apenas para a geração de energia com fins civis. Em aparente referência aos recentes comentários feitos por autoridades de Israel, Irã e Estados Unidos, o secretário-geral da ONU disse que rejeita as ameaças de ação militar de um Estado contra o outro.

Apesar de não ter especificado sobre quais países estava falando, Ban abriu a Assembleia-Geral da ONU com um alerta contra as ameaças de Estados contra Estados e fez uma declaração pessimista sobre o processo de paz entre israelenses e palestinos. "Eu também rejeito tanto a linguagem da deslegitimação e ameaças de potencial ação militar por uma parte contra a outra. Qualquer ataque assim seria devastador", disse Ban.

Violência

Obama também tentou mostrar aos seus eleitores que está fazendo o possível para evitar novos incidentes violentos como o de 11 de setembro, quando uma multidão enfurecida com um filme anti-islâmico invadiu o consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), matando o embaixador norte-americano no país e outros três norte-americanos. Vários outros países islâmicos tiveram protestos contra o filme semiamador, feito na Califórnia.

"Os ataques das últimas duas semanas não são simplesmente uma agressão à América. Também são uma agressão aos ideais sobre os quais os Estados Unidos foram fundados", disse Obama.

A fala dele buscou afirmar a contrariedade dos EUA com insultos a qualquer religião, insistindo ao mesmo tempo que não há justificativa para uma reação violenta. "Hoje, devemos declarar que essa violência e intolerância não têm lugar entre nossas Nações Unidas", afirmou Obama, que passará 24 horas em Nova York, onde fica a sede da ONU, antes de retomar a agenda eleitoral na quarta-feira em Ohio.

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