O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez campanha eleitoral nesta quinta-feira (24) no estado de Iowa, onde pediu ao Congresso que não ponha em perigo os progressos obtidos em matéria de energias limpas, enquanto seu provável rival do Partido Republicano, Mitt Romney, buscou promover sua política educacional na Filadélfia.
Obama, que tentará a reeleição no pleito de novembro, escolheu uma fábrica de turbinas eólicas em Iowa para defender sua política energética, baseada em reduzir a dependência dos EUA ao petróleo estrangeiro, e pedir ao Congresso que aprove uma prorrogação aos créditos fiscais recebidos pelas empresas de energias renováveis.
Iowa lançou a candidatura de Obama em 2008, quando o agora presidente venceu as primárias do Partido Democrata neste estado do meio oeste contra a então postulante favorita, Hillary Clinton.
Agora, as pesquisas de opinião para as eleições presidenciais de novembro indicam em Iowa uma leve vantagem de Romney frente a Obama.
"O país está caminhando rumo à independência energética. E neste processo estamos conseguindo que milhares de americanos voltem a trabalhar", destacou Obama durante seu discurso na fábrica localizada na cidade de Newton.
O presidente destacou que o estado de Iowa obtém dos ventos quase 20% da energia que consome. Segundo ele, os EUA produzem atualmente energia eólica "para alimentar 10 milhões de lares" em 500 instalações distribuídas em 43 estados "que empregam dezenas de milhares de trabalhadores".
Obama alertou que todo o avanço obtido em geração e uso de biocombustíveis, energia solar e eólica "está em perigo" se o Congresso não aprovar uma lei que prorroga os créditos fiscais às empresas do setor - créditos estes que vencem no final de 2012.
Essa e outras leis fazem parte de uma lista de "tarefas pendentes" do Congresso para colaborar com o governo com o objetivo de favorecer a recuperação econômica, lembrou o líder.
"Ainda estamos enfrentando ventos contrários, como a situação na Europa. Há certos eventos econômicos que não podemos controlar, mas há muitas coisas que sim, podemos controlar", afirmou Obama.
"Há muitos passos que podemos tomar, passos que devemos tomar agora, para acelerar a recuperação, para ajudar a criar postos de trabalho, para restaurar parte da segurança financeira que muitas famílias perderam", enfatizou.
Enquanto isso, Romney dedicou a quinta-feira à promoção de sua política educacional durante uma visita a uma escola da Filadélfia, onde foi recebido com protestos por partidários de Obama.
O pré-candidato republicano participou de uma mesa-redonda com estudantes e líderes da sociedade civil, muitos deles afro-americanos, organizada na escola Bluford.
"Vim aprender, obviamente, com pessoas com experiências únicas e instrutivas", declarou Romney, que também reconheceu a diferença entre as oportunidades educacionais dos brancos e dos demais cidadãos americanos.
Estar no seio de uma família em que há "um pai e uma mãe juntos" tem "um grande impacto" na educação das crianças, ressaltou Romney, defensor da família tradicional.
Dezenas de moradores da região se concentraram em frente à escola para protestar contra a visita de Romney e expressar seu apoio a Obama, segundo noticiou o jornal "The Washington Post".
Estratégia
O ex-governador de Massachusetts procurou ao longo desta semana divulgar sua estratégia educacional e, na quarta-feira, em Washington, prometeu mudar a educação "de terceiro mundo" que afeta sobretudo as minorias nos Estados Unidos.
A campanha de Romney também lançou nesta quinta-feira um novo anúncio de televisão intitulado "Dia 1", no qual detalha as ações que pretende realizar no primeiro dia como presidente se vencer as eleições: reduzir o déficit público, enfrentar a concorrência comercial da China e eliminar regulações que "matam" o mercado trabalhista.
As mais recentes pesquisas de intenções de voto mostram um empate técnico entre Obama e Romney para as eleições presidenciais. Segundo uma pesquisa da emissora "NBC" divulgada nesta quinta-feira, Obama tem uma leve vantagem sobre Romney nos estados da Flórida, Ohio e Virgínia, que podem ser decisivos em novembro.