Oriente Médio
Rouhani critica sanções contra o Irã em sua 1.ª participação na ONU
Folhapress
O novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, criticou ontem as sanções internacionais contra seu país, comparando-as com as medidas punitivas amplamente criticadas contra o Iraque, enquanto Saddam Hussein estava no poder.
Rouhani afirmou na tribuna da ONU que seu país não representa "absolutamente ameaça alguma para o mundo", fazendo um apelo para que Barack Obama ignore os grupos de pressão pró-guerra e privilegie a negociação.
"Se [os EUA] evitarem seguir os interesses de curto prazo dos grupos de pressão pró-guerra, poderemos encontrar um meio de resolvermos nossas divergências", declarou. "A República Islâmica do Irã atuará de maneira responsável no que diz respeito à segurança regional e internacional."
O Irã "está preparado para cooperar (...) de maneira bilateral e multilateral com outros atores responsáveis", disse o presidente iraniano, reafirmando que seu país não tem a intenção de possuir a arma nuclear.
Excepcionalismo
Presidente Barack Obama rejeitou ontem na ONU a crítica do presidente russo, Vladimir Putin, à crença de que os EUA são "excepcionais" de qualquer forma. "Alguns podem discordar, mas acredito que a América é excepcional, em parte porque nós temos mostrado interesse, por meio do sacrifício de sangue e de riquezas, em defender não somente os nossos próprios interesses, mas também os interesses de todos", disse Obama.
339 milhões de dólares de ajuda para aliviar a crise dos refugiados sírios foram anunciados pelo presidente Barack Obama, sendo US$ 161 milhões para pessoas dentro da Síria e o restante para países vizinhos.
43 minutos foi o tempo que durou o discurso do presidente americano Barack Obama na ONU. Ele tentou melhorar as perspectivas de paz no Oriente Médio no momento em que os EUA buscam realizar negociações diretas entre israelenses e palestinos.
1.429 pessoas morreram, de acordo com dados apresentados pelo governo dos EUA, no ataque com armas químicas ocorrido no dia 21 de agosto na região de Ghouta, nos arredores de Damasco.
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se mostrou cautelosamente disposto a um envolvimento diplomático com o Irã, mas uma reunião dele com seu colega iraniano acabou não ocorrendo ontem, num sinal de que a enraizada desconfiança será difícil de superar.
Em discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Obama se disse determinado a testar os recentes gestos diplomáticos oferecidos pelo presidente do Irã, Hassan Rouhani, e o desafiou a adotar medidas concretas que levem ao fim da disputa nuclear com o Ocidente.
Após declarações conciliatórias de Rouhani nas últimas semanas, havia grande expectativa de que ele e Obama pudessem se reunir em Nova York, paralelamente à sessão anual da Assembleia Geral. O encontro acabou não dando certo.
A reunião seria simbolicamente importante por representar o primeiro contato pessoal entre chefes de governo dos dois países desde a Revolução Islâmica iraniana de 1979.
"Não haverá reunião", disse uma fonte americana de alto escalão. "Sinalizamos que os líderes poderiam ter uma discussão às margens [da Assembleia Geral] se a oportunidade se apresentasse. Os iranianos nos responderam. Ficou claro que seria muito complicado para eles fazer isto neste momento, por causa da sua própria dinâmica doméstica."
Os recentes gestos de Rouhani, incluindo a decisão de retomar negociações nucleares com potências ocidentais, motivaram a esperança de uma distensão nas relações bilaterais. O próprio Obama saudou o "rumo mais moderado" adotado por Rounahi em relação a seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad.
No entanto, contrariando essas expectativas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o mundo não deveria se deixar enganar pelas "palavras apaziguadoras" do novo presidente, a quem acusou de tentar mascarar a busca por armas nucleares. Teerã há anos insiste no caráter pacífico das suas atividades.
Na ONU, Obama disse que "palavras conciliatórias precisarão ser acompanhadas de ações que sejam transparentes e verificáveis". "Os obstáculos", prosseguiu, "podem se revelar grandes demais, mas acredito firmemente que o caminho diplomático deva ser testado."
Bebidas
Havia a expectativa de que Obama e Rouhani poderiam se cumprimentar de passagem durante um almoço promovido pela ONU, mas o presidente iraniano não compareceu. O canal iraniano Press TV disse que ele se ausentou porque soube que bebidas alcoólicas seriam servidas no evento.
Presidente dos EUA pede apoio na questão síria
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ontem que a ONU apoie medidas duras contra a Síria caso o país se recuse a entregar suas armas químicas e instou a Rússia e o Irã a deixarem de apoiar o presidente sírio, Bashar Assad.
Falando na Assembleia Geral da ONU, evento anual que reúne líderes mundiais, Obama apresentou as prioridades dos EUA para as regiões do Oriente Médio e do Norte da África. Ele enfatizou que os EUA querem soluções diplomáticas para disputas inflamadas, mas não descartou a hipótese do uso da força ou de ação direta contra ameaças extremistas.
Obama recuou no começo do mês do plano de lançar uma ação militar unilateral contra a Síria, pondo em andamento um esforço diplomático que levou à ajuda russa para convencer a Síria a ceder suas armas químicas, depois de um ataque com gás venenoso em 21 de agosto que, segundo autoridades americanas, matou 1.429 pessoas.
Com a promessa da Síria ainda não cumprida totalmente, o desafio de Obama na ONU era convencer líderes mundiais a se unirem aos EUA na pressão sobre a Síria com uma resolução do Conselho de Segurança que inclua medidas duras, no caso de Assad não entregar seu estoque de armas químicas de um modo que possa ser verificado.
"O governo sírio deu o primeiro passo ao apresentar uma relação de seu arsenal. Agora, tem de haver uma resolução forte do Conselho de Segurança que verifique que o regime de Assad está mantendo seus compromissos, e tem de haver consequências se ele falhar no cumprimento", disse Obama.
O temor dos americanos é de que a Rússia possa vetar qualquer resolução da ONU que contenha uma ameaça de uso da força contra a Síria.
As perspectivas de um acordo entre a Rússia e o Ocidente melhoraram porque as potências recuaram na cláusula que permite medidas punitivas contra a Síria.
Se a Síria, no fim, entregar suas armas químicas, afirmou Obama, isso deve energizar os esforços diplomáticos para convencer Assad a deixar o poder depois de dois anos e meio de guerra civil, na qual mais de 110 mil pessoas já foram mortas.
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