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Texas

Obama honra mortos na chacina e FBI diz que atirador agiu só

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou e contou uma a uma as histórias das 13 pessoas mortas na chacina em Fort Hodd, Estado do Texas, honrando as memórias dos mortos na matança da base militar e denunciando a "lógica pervertida" que levou à matança. Enquanto isso, as investigações do FBI, polícia federal norte-americana, indicam que o suspeito major Nidal Hasan agiu só na matança, embora tivesse no passado ligações com um clérigo islâmico extremista. O FBI, que chegou a monitorar Hasan, fará uma revisão interna para descobrir se errou no caso.

"Nenhuma fé justifica esses atos assassinos e covardes e nenhum Deus justo e amoroso olha para eles com apoio", disse Obama á multidão que escutou seu discurso em Fort Hood. "E pelo o que fez, sabemos que o assassino se encontrará com a justiça - neste mundo e no próximo".

Obama discursou a cerca de 15 mil pessoas na maior base militar dos EUA, onde na semana passada o major Malik Hasan disparou com duas pistolas automáticas contra os colegas, matando 13 pessoas (12 militares e 1 civil) e ferindo outros 30. Malik Hasan recebeu quatro tiros de uma policial e foi hospitalizado.

Obama e a primeira-dama Michelle Obama chegaram a Fort Hood e tiveram mais cedo um encontro com familiares dos soldados mortos e com os feridos, uma boa parte dos quais seria enviada ao Iraque ou ao Afeganistão. As vítimas, homens e mulheres, tinham entre 19 e 62 anos. Obama também usou a plataforma para falar diretamente sobre os questionamentos se o suposto atirador tinha laços com a ideologia extremista islâmica.

Mesmo com Obama honrando os mortos, ocorreram questionamentos sobre se o governo dos EUA tinha informações sobre o suposto envolvimento do major Nidal Hasan com extremistas islâmicos, e também se ele deveria ter sido investigado.

"Este é um tempo de guerra. E mesmo assim esses americanos não morreram num Camp ode batalha no exterior. Eles foram mortos aqui, em solo americano, no coração da nossa grande comunidade americana. Esse é um fato que torna a tragédia ainda mais dolorosa, ainda mais incompreensível", disse Obama.

Investigação do FBI

Nesta terça-feira, o FBI, polícia federal norte-americana, revelou que Hasan teve contatos com um clérigo extremista islâmico no Iêmen. Também revelou que Hasan tinha dúvidas sobre o papel dos soldados norte-americanos e islâmicos.

O FBI disse que Hasan, um muçulmano devoto nascido no Estado da Virgínia há 39 anos, entrou na mira da polícia em 2008 após ter se comunicado com o alvo de uma investigação antiterror feita pelo governo.

O FBI disse que os investigadores asseguraram que os contatos eram "consistentes com a pesquisa conduzida pelo major Hasan na sua posição de psiquiatra no Walter Reed medical Center".

"A força-tarefa contra o terror concluiu que o major Hasan não estava envolvido em atividades terroristas ou conspirações terroristas", disse o FBI.

"Até agora, a investigação indica que o suposto atirador agiu sozinho e não fazia parte de uma conspiração terrorista mais ampla", afirmou o FBI.

Revisão interna

O FBI realizará uma revisão interna para concluir se houve erro na análise de dados anteriores sobre o homem, acusado pelo ataque que resultou na morte de 13 pessoas e deixou outras 29 feridas.

Em Washington, um investigador e um parlamentar republicano disseram que Hasan entrou em contato entre 10 e 20 vezes com Anwar al-Awlaki, um imã libertado de uma prisão no Iêmen no ano passado. O religioso usava seu site pessoal para encorajar muçulmanos por todo o mundo a matar tropas norte-americanas no Iraque. Apesar disso, não foi aberta investigação formal sobre Hasan, segundo eles. Funcionários disseram que Hasan deve ser julgado em uma corte militar. Isso sugere que suas supostas ações não surgiram a partir de uma organização terrorista, mas foram uma ofensiva solitária.

Também nesta terça-feira, o jornal The Washington Post revelou que, há um ano e meio, Hasan disse a seus colegas que as Forças Armadas dos EUA deveriam liberar os muçulmanos que não queriam lutar em guerras, sob o argumento de objeções de consciência. Hasan afirmou na época que isso ajudaria a "diminuir efeitos adversos".

O diretor do FBI, Robert Mueller, ordenou a investigação sobre como o escritório lidou com o caso. A partir de todas as investigações até o momento, não há evidências de que Hasan recebeu ajuda externa ou ordens de outra pessoa.

Os contatos por várias vezes com o imã ocorreram meses antes. Al-Awlaki era o imã da mesquita Falls Church, na Virginia, onde Hasan e sua família iam ocasionalmente. Em 2001, Al-Awlaki, nascido nos Estados Unidos, teve contato com dois dos sequestradores do 11 de Setembro. Em seu site, ele elogiou na segunda-feira Hasan, qualificando-o como um herói.

Autoridades militares foram informadas sobre os contatos entre o militar e o pregador radical. Como as mensagens, porém, não tinham ameaças de violência, autoridades civis não levaram o caso adiante, segundo as fontes. A força-tarefa que investiga terrorismo concluiu que Hasan não estava envolvido no planejamento de atentados.

Um funcionário disse que as mensagens incluíam dúvidas espirituais de Hasan. O imã não respondeu a pelo menos uma parte delas. Não foi aberta uma investigação formal a partir desses contatos, revelaram as fontes.

Investigadores tentaram falar com Hasan no hospital, mas ele se recusou a responder e pediu um advogado. O encontro entre ele e o advogado ocorreu na segunda-feira. O crime mais grave em uma corte militar norte-americana é homicídio premeditado, e a pena máxima prevista nesse caso é a morte.

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