O presidente americano, Barack Obama, nomeou ontem o seu novo secretário de Defesa, Chuck Hagel, e o novo diretor-geral da CIA, John Brennan. Ambos precisam ser confirmados pelo Senado, mas já recebem duras críticas da oposição republicana e das próprias filas democratas.
Hagel é o nome mais polêmico. Ex-senador republicano e atual professor da universidade Georgetown, é considerado moderado demais pela linha dura republicana.
Ex-veterano da guerra do Vietnã, ele foi contrário à invasão do Iraque (fato que o aproximou de Obama no Senado) e ao aumento de tropas no Afeganistão. Opôs-se ainda às sanções contra o Irã, enfurecendo seus correligionários republicanos.
Também já sugeriu que o governo deveria tentar negociar com grupos considerados terroristas pelos americanos, como os islâmicos Hamas, da Palestina, e Hizbollah, do Líbano.
No novo cargo, além de lidar com a paz no Oriente Médio e gerenciar a presença americana no Afeganistão e no Iraque, ele terá entre suas prioridades os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e a presença na Ásia diante de uma China mais poderosa.
Bastante menos polêmico, o novo chefão da CIA, John Brennan, é mais criticado pela esquerda do Partido Democrata exatamente pelo oposto de Hagel por ser linha dura demais.
Há 25 anos na agência central de espionagem e assessor presidencial de Segurança, Brennan é acusado por críticos de ser complacente com a tortura em interrogatórios da agência durante a "Guerra ao Terror".
Ele também defendeu publicamente os ataques com drones, as aeronaves guiadas por piloto automático, dizendo que o número de vítimas civis é mínimo, algo contestado por diversos observadores internacionais.
Obama citou a nomeação do republicano Hagel como exemplo do bipartidarismo que afirma buscar.