Contra
Para republicanos, a defesa do meio ambiente tem impacto econômico
Antes mesmo do presidente Barack Obama apresentar os detalhes de sua ordem executiva, congressistas republicanos já criticavam a ideia do presidente de fazer frente às mudanças climáticas por considerarem que ela causaria desemprego e prejudicaria a recuperação da economia norte-americana.
Em resposta aos críticos, Obama disse: "Eles [os republicanos] dizem isso o tempo todo, e o tempo todo eles estiveram errados".
A defesa de um programa de combate às mudanças climáticas é uma questão politicamente complicada nos Estados Unidos. Pesquisa recente do Centro de Pesquisas Pew mostra o povo norte-americano como o menos preocupado do mundo com as consequências do aquecimento global.
Incerto
A tentativa de Obama de contornar a inoperância do Congresso norte-americano sobre o tema não garante o sucesso de suas propostas. Os deputados e senadores têm a alternativa de apresentar leis para deter os esforços de Obama. Também é quase certo que as regras para usinas já existentes venham a ser contestadas na justiça.
US$ 8 bilhões foram anunciados por Obama em garantias de empréstimos a investimentos em tecnologias capazes impedir a liberação do dióxido de carbono produzido por usinas na atmosfera.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou ontem um programa de combate às mudanças climáticas, impôs condições à aprovação de um oleoduto entre o Canadá e o Texas e defendeu que seu país assuma a dianteira na luta contra o aquecimento global.
Em discurso a estudantes da Universidade Georgetown, Obama disse que ordenou o governo a pôr fim ao uso de usinas de energia movidas a carvão, que despejam grande quantidade de poluição na atmosfera terrestre.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) foi instruída a "estabelecer padrões de poluição por carbono tanto para usinas de energia novas quanto para as já existentes", em conjunto com os estados, a indústria de energia e outras partes interessadas.
Obama anunciou também US$ 8 bilhões em garantias de empréstimos a investimentos em tecnologias capazes impedir a liberação do dióxido de carbono produzido por usinas na atmosfera. Ele decidiu ainda derrubar barreiras comerciais a produtos de energia limpa e fomentar a cooperação bilateral climática com grandes economias como a China, Índia e Brasil.
Ao mesmo tempo em que determinou a implementação das primeiras diretrizes federais para regular e conter as emissões de dióxido de carbono das usinas de eletricidade já em operação e das que serão construídas, Obama disse também que a construção do oleoduto Keystone XL, para levar o petróleo das areias betuminosas do Canadá para refinarias no Texas, deve ser aprovado apenas "se não exacerbar significativamente" a poluição.
Obama enfatizou que os cientistas estão de acordo com o fato de que a Terra está esquentando e que a atividade humana é uma das principais razões para isso. "Eu me recuso a condenar a geração de vocês e as gerações futuras a viver em um planeta irreparável", disse Obama aos estudantes.
Obrigação
O presidente afirmou ainda que se sente na "obrigação moral" de iniciar a implementação de políticas avançadas que possam conter as emissões de gases causadores do efeito estufa nos EUA e no exterior, na ausência de uma legislação vinda do Congresso.