Quem será beneficiado
Embora não garanta a cidadania, a medida do governo Obama permitirá aos jovens imigrantes trabalho de dois anos, renováveis por tempo indeterminado. Mas será preciso atender algumas exigências para ser beneficiado:
Ter chegado aos Estados Unidos com menos de 16 anos de idade.
Ter menos de 30 anos.
Ter vivido continuamente nos EUA por pelo menos cinco anos.
Estar estudando, ser formado no Ensino Médio ou ser um veterano das Forças Armadas.
Não ter antecedentes criminais.
Deportação de imigrantes, em mil
2008 - 291,12009 - 369,22010 - 389,82011 - 392,92012 - 369,2
Total de imigrantes não autorizados, em milhões:
2005 - 10,52006 - 11,32007 - 11,82008 - 11,62009 - 10,82010 - 10,8
Principais populações de ilegais em 2010, em mil
México - 6.640El Salvador - 620 milGuatemala - 520Honduras - 330Filipinas - 280Índia - 200Equador - 180Brasil - 180
1,4 milhão de jovens que hoje vivem ilegalmente nos Estados Unidos devem ser beneficiados.
Fonte: Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, pesquisa NBC News/ Wall Street Journal e Pew Research Center.
Em campanha à reeleição, o presidente Barack Obama anunciou ontem que o governo deve suspender as deportações de jovens imigrantes que entraram nos EUA quando tinham menos de 16 anos. A regra beneficiará estrange iros com menos de 30 anos que não representam risco para a segurança do país, onde devem ter residido por pelo menos cinco anos.
"Há jovens que estudaram nas nossas escolas, brincaram nas nossas vizinhanças, são amigos dos nossos filhos e juram lealdade à nossa bandeira. São americanos no coração, na cabeça e em todo modo possível, menos no papel", disse Obama.
Durante o discurso na Casa Branca, o presidente foi interrompido por um repórter que perguntou por que ele preferia estrangeiros a trabalhadores americanos. Respondeu que a mudança era a coisa certa a ser feita.
Hispânicos
Para o Pew Research Center, a nova política de deportações pode beneficiar até 1,4 milhão de imigrantes não autorizados, dos quais 70% vieram do Mé xico. O número representa 12% dos 11,2 milhões de ilegais que estão nos EUA.
A população hispânica é uma das fatias mais estratégias do eleitorado americano que irá às urnas em novembro deste ano.
Os latinos representam 16,3% dos habitantes do país e foram os principais responsáveis pelo avanço da população nos EUA entre 2000 e 2010, segundo dados do Censo.
Muitos estados-chave para a eleição, como Nevada, Arizona e Flórida, têm grandes proporções de latinos. Eles costumam apoiar os democratas, mas vêm sendo cortejados pelos republicanos o cubano-americano Marco Rubio, senador pela Flórida, é cotado para ser vice na chapa do republicano Mitt Romney.
O presidente, com o aceno, mostra também que quer introduzir novos temas numa campanha até aqui dominada pela economia, seu ponto fraco.
Ontem, entidades que fazem lobby pela ampliação dos direitos dos imigrantes comemoraram a nova regra.
"É o início do reconhecimento de todas as contribuições que os imigrantes deram a esse país e ao sofrimento que foi imposto a muitos deles simplesmente porque não tinham um pedaço de papel", disse Natalicia Tracy, do Centro do Imigrante Brasileiro.
CríticasRepublicanos afirmam que medidas têm motivações políticas
AFP
Republicanos e ativistas conservadores criticaram duramente as mudanças na política de deportação anunciadas ontem pelo governo de Barack Obama.
"O anúncio do presidente Obama tem motivações políticas que não fazem nada para avançar o debate, mas, ao invés disso, causam confusão e incertezas", reagiu o senador John McCain.
O ex-candidato presidencial republicano, derrotado por Obama em 2008, lembrou que em seu primeiro ano na Casa Branca o presidente democrata não propôs uma reforma migratória integral, como tinha prometido na campanha eleitoral.A medida de Obama "é outro exemplo de seu escandaloso descaso por nossa Constituição, nosso Estado de Direito e nosso processo democrático", acusou o governador do Texas, Rick Perry.
"O anúncio será bem-vindo para muitos desses jovens que buscam desesperadamente uma resposta, mas é uma resposta pequena para um problema de longo alcance", disse o senador cubano-americano Marco Rubio, cogitado para ser o candidato a vice do republicano Mitt Romney.
O senador republicano Lindsay Graham acusou diretamente o presidente de tentar algo "possivelmente ilegal". "Esse tipo de propostas, encorajarão as pessoas a descumprir nossas leis", disse Graham no Twitter.
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