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Obama muda nome de montanha na véspera de visita ao Alasca

 | HANDOUT/Reuters
(Foto: HANDOUT/Reuters)

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou que vai mudar nesta segunda-feira (31) o nome do monte McKinley, no Alasca, a montanha mais alta da América do Norte, para sua designação original entre os nativos, monte Denali.

O anúncio foi feito às vésperas de sua viagem ao estado, com a duração de três dias a partir desta segunda, e é visto como uma tentativa de chamar a atenção para discussões sobre mudanças climáticas - que afetam principalmente o Ártico. Obama deve participar de uma reunião sobre o assunto durante a viagem.

A montanha, de 6.194 metros de elevação, símbolo nacional e uma das escaladas mais famosas entre alpinistas, foi batizada com o nome de William McKinley por um minerador em homenagem ao político republicano do Estado de Ohio, após ele ser nomeado candidato presidencial.

McKinley foi eleito presidente e assassinado em 1901, seis meses após o início de seu segundo mandato.

Em 1975, o Alasca passou a designar o monte oficialmente como Denali (“grande”, na língua atabascana), o nome pelo qual é conhecido pelos nativos desde antes da chegada dos europeus, solicitando à Casa Branca que fizesse o mesmo.

A mudança, no entanto, foi constantemente barrada pela bancada de Ohio. Obama lançou mão de uma ordem executiva, por meio de sua secretária do Interior, Sally Jewel, para oficializar o nome tradicional.

Clima quente

Na visita desta semana, o presidente não deve visitar a montanha, mas a mudança de nome deve agradar à população local, onde Obama não possui altos índices de popularidade.

A agenda do presidente inclui ainda visitas a comunidades afetadas pelo aumento do nível do mar e a um glaciar que está diminuindo de tamanho devido ao aquecimento global. Ele será o primeiro chefe de Estado americano em atividade a visitar o Círculo Ártico.

A pauta desagrada boa parte da população do estado, cuja economia depende diretamente das receitas com o petróleo.

Ao mesmo tempo, grupos de defesa do meio ambiente veem com ceticismo a atenção dada por Obama ao clima, já que há poucas semanas a Casa Branca concedeu uma permissão de exploração à Shell para operar no noroeste da costa do Alasca, o que também coloca em risco um ecossistema sensível e retoma as discussões levantadas com o derramamento da Exxon-Valdez, no mesmo estado, em 1989.

“Eu compartilho das preocupações das pessoas sobre a prospecção em mar aberto. Eu lembro do vazamento da BP no golfo do México muito bem”, declarou Obama no discurso desta semana, referindo-se ao acidente em 2010.

Obama tem defendido uma meta de corte de 28% nas emissões de gases do efeito estufa até 2030, comparado com as emissões de 2005. A visita do Alasca deve servir para pressionar outras nações a aderirem ao plano.

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