O iemenita Ali Abdullah Saleh: cautela contra a Al-Qaeda| Foto: Khaled Abdullah/Reuters

Washington - Os Estados Unidos não pretendem enviar tropas ao Iêmen ou à Somália, países que lutam para conter os militantes islâmicos, disse o presidente Barack Obama em entrevista publicada no do­­mingo.

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"Não tenho intenção alguma de enviar soldados norte-americanos a estas regiões", disse Oba­­ma à revista People.

"Tenho toda a intenção de trabalhar com nossos parceiros in­­ternacionais em áreas no mun­­do que estão desgovernadas para garantir que estamos mantendo o povo americano seguro," acrescentou o presidente, segundo a revista.

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Obama disse que a Al-Qaeda na Península Arábica, centralizada no Iêmen, aparenta ter treinado, fornecido equipamentos e orientado o nigeriano acusado de tentar explodir um avião norte-americano com destino a De­­troit no dia 25 de dezembro, usando explosivos escondidos em suas roupas íntimas.

O Al Shabaab, uma insurgência inspirada na Al-Qaeda, já do­­mina grande parte da região sul e central da Somália, a nação do Chifre da África localizada no lado oposto do Golfo de Aden.

Apesar da gravidade da presença militante no país vizinho, o presidente do Iêmen, Ali Ab­­dullah Saleh, disse estar disposto a dialogar com membros da Al-Qaeda que renunciem à violência.

A afirmação sugere que o país será tolerante com os militantes, apesar da pressão dos EUA por ações concretas contra a rede terrorista.

"O diálogo é o melhor caminho (...) mesmo com a Al-Qaeda, caso eles deixem de lado as armas e retomem a razão", disse Saleh em entrevista a uma rede de tevê.

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Saleh disse ainda que o Iê­­men continuará a perseguir aqueles que "insistirem na violência", mas que as autoridades "estão prontas para o entendimento com quem largar o terrorismo".

Em ocasiões anteriores, autoridades iemenitas defenderam a política de reconciliação como uma necessidade, argumentando que a força, por si só, não conseguirá deter a Al-Qaeda.

O Iêmen vem agindo com cautela em seu combate à Al-Qaeda, devido ao receio de uma reação violenta no país, onde o extremismo e o anti-americanismo são intensos. Milhares de iemenitas lutaram nas "jihads" no Afe­­ga­­nistão, Bósnia, Tchetchênia e Iraque.