Com o crescimento do terrorismo e das guerras virtuais, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou ontem um antigo assessor de George W. Bush para liderar um programa de segurança digital no governo. Howard Schmidt, que trabalhou em gigantes da informática como a Microsoft e a eBay, ocupará o posto apelidado de "cyber czar" pela imprensa norte-americana depois de um processo de seleção iniciado há dez meses. Outros candidatos rejeitaram a indicação anteriormente.
O objetivo da Casa Branca é preparar os EUA para combater as ameaças na área de informática tanto na vida pública como na militar. No cargo, Schmidt terá de responder ao Conselho de Segurança Nacional e lidará com temas comuns, como vírus em computadores domésticos, passando por espionagem de países estrangeiros dentro do território norte-americano por meio de recursos cibernéticos até hackers que provocam rombos no sistema financeiro.
O FBI (polícia federal dos EUA) está investigando um golpe contra o Citibank, segundo reportagem publicada ontem no "The Wall Street Journal". Dezenas de milhões de dólares teriam sido desviados do banco por meio de uma infiltração de hackers em uma falha do seu sistema de computador. Não se sabe quando o crime ocorreu. O FBI estima que US$ 260 milhões são desviados anualmente por hackers do sistema financeiro dos EUA.
A demora para escolher um coordenador para a área de segurança digital provocou duras críticas a Obama, que participou pessoalmente do processo de seleção. Schmidt não será o primeiro membro da área de segurança ligado a Bush. O secretário da Defesa, Robert Gates, foi mantido no comando do Pentágono por Obama.
Uma carta publicada no site da Casa Branca diz que Schmidt "terá acesso regular ao presidente e será um membro-chave de sua equipe de segurança nacional". O novo coordenador não comentou sua nomeação.