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Em frente da Casa Branca, manifestante exibe cartaz pedindo que o governo suspenda os voos de países afetados pelo ebola | Olivier Douliery/Efe
Em frente da Casa Branca, manifestante exibe cartaz pedindo que o governo suspenda os voos de países afetados pelo ebola| Foto: Olivier Douliery/Efe

Relatório

OMS admite falhas no combate à epidemia na África Ocidental

Folhapress

A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu ter tido falhas na missão de conter a epidemia de ebola na África Ocidental, apontando fatores como equipes mal treinadas e falta de informação. Em um documento interno, a OMS diz que seus especialistas deveriam ter percebido que métodos tradicionais de contenção de doenças infecciosas não iriam funcionar em países com fronteiras porosas e sistemas de saúde deficientes.

A agência de saúde da ONU reconheceu que, às vezes, até mesmo a própria burocracia era um problema. A OMS observou que os chefes das representações da OMS na África são "indicados por motivos políticos". As nomeações são feitas pelo diretor regional da OMS para África, Luis Sambo, que não responde à chefe da agência em Genebra, Margaret Chan.

Sem relatórios

No final de abril, durante uma teleconferência entre especialistas em doenças infecciosas, que incluiu funcionários da OMS, Médicos Sem Fronteiras e o Centro dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o desempenho de especialistas da OMS foi questionado, já que nem todos eles se preocuparam em enviar relatórios à sede da OMS, de acordo com o documento.

No documento, a OMS disse que era "particularmente alarmante" que o chefe de seu escritório na Guiné recusou-se a ajudar a obter vistos de entrada para uma equipe especialista. Além disso, US$ 500 mil em ajuda foram bloqueados por obstáculos administrativos. A Guiné, como Serra Leoa e Libéria, é um dos países mais afetados pela epidemia que já matou mais de 4,5 mil pessoas.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou ontem um ex-conselheiro da Casa Branca como "czar" do país no combate ao ebola. O saldo de mortes da doença, que assola principalmente três países da África Ocidental, ultrapassou 4,5 mil.

Em meio aos temores crescentes de disseminação do vírus nos EUA, autoridades informaram que uma agente de saúde do estado do Texas que pode ter tido contato com amostras de um paciente com ebola está em quarentena em um navio de cruzeiro.

Obama, que enfrenta críticas de alguns congressistas pela maneira como o governo vem atuando para conter o vírus, indicou Ron Klain, um advogado que já serviu como chefe de gabinete dos vice-presidentes Joe Biden e Al Gore, para supervisionar a reação norte-americana à doença.

A nomeação de Klain e o incidente no cruzeiro ressaltaram o nervosismo com a ameaça do ebola, embora só três casos tenham sido diagnosticados no país, todos na cidade texana de Dallas: o liberiano Thomas Eric Duncan, a primeira pessoa diagnosticada nos EUA, e duas enfermeiras da equipe que cuidou dele até sua morte, na semana passada.

Presidente da administradora de bens e negócios Case Holdings e do conselho geral da Revolution LLC, empresa de capital de risco voltada à tecnologia, Klain assume a coordenação de todas as reações do governo americano ao ebola, reportando-se diretamente à assessora de segurança interna, Lisa Monaco, e a Susan Rice, conselheira de segurança nacional.

África

As nações mais atingidas foram Serra Leoa, Libéria e Guiné, onde a febre hemorrágica deixou 4.546 mortos desde o início do surto em março, de acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado ontem. Trata-se de um aumento intenso em relação ao final de julho, quando menos de 730 pessoas tinham morrido em decorrência da doença no oeste africano.

Viagens

A Casa Branca informou que Obama está disposto a "manter a mente aberta" sobre a imposição de uma proibição de viagens como parte dos esforços dos EUA para combater o ebola, mas a medida não está sendo considerada nesse momento. Segundo o porta-voz da Presidência, Josh Earnest, a medida daria às pessoas que buscam viajar para os Estados Unidos "um incentivo a não serem sinceras sobre seu histórico de viagem".

Senegal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem o fim do surto de ebola em Senegal e elogiou os esforços do país, que conseguiu controlar a transmissão do vírus. Em comunicado, a OMS lembrou que só houve um caso confirmado no país, no dia 29 de agosto, de um jovem que viajava de Guiné para a capital Dacar. A organização disse que Senegal é "um bom exemplo do que se deve fazer quando se enfrenta um caso de ebola vindo de outro país".

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