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Bill Clinton, presidente americano entre 1993 e 2001, faz reverência a Obama no palco da convenção nacional democrata, em Charlotte, na Carolina do Norte | Chip Somodevilla/AFP
Bill Clinton, presidente americano entre 1993 e 2001, faz reverência a Obama no palco da convenção nacional democrata, em Charlotte, na Carolina do Norte| Foto: Chip Somodevilla/AFP

Propostas econômicas

Veja uma comparação dos planos de Obama e do republicano Mitt Romney para reduzir a taxa de desemprego, aumentar o crescimento do PIB e conter a dívida pública.

Dívida

• Obama: O presidente apresentou um projeto de lei para reduzir o gasto em US$ 1 trilhão. Seu plano inclui a redução das ajudas aos bancos. Para diminuir a diferença entre o nível de receitas e o gasto do Estado, a proposta de Obama é a criação de um novo código fiscal, o que inclui um aumento dos impostos para as rendas maiores que 250 bilhões de dólares anuais.

• Romney: Frente ao plano de Obama, Romney planeja reduzir a brecha entre o gasto do governo e as receitas mediante a austeridade fiscal. O candidato prometeu reduzir o gasto do Estado, atualmente em 24% do PIB, a 20%. Esta proposta inclui um plano para cortar os custos em saúde e substituir a reforma da saúde incentivada por Obama.

Emprego

• Obama: O presidente tenta convencer os cidadãos de que as políticas atuais estão dando resultados, apesar de ter admitido que os avanços foram menores que o esperado. Obama destaca os 4,4 milhões de empregos criados pelo setor privado nos últimos 28 meses, o resgate bem-sucedido do setor automotivo e a recuperação do setor industrial. O presidente propõe benefícios fiscais à classe média.

• Romney: O candidato republicano promete revogar as políticas de Obama para executar seu próprio plano, que projeta a criação de 12 milhões de postos de trabalho. O foco de sua proposta são as reduções fiscais para as pequenas empresas. Romney também promete conseguir novos tratados comerciais e a imposição de multas para os países que quebram as regras do livre comércio.

Crescimento

• Obama: O presidente peropõe fazer da educação uma "missão nacional" e um compromisso a nível mundial para impulsionar a ciência e a inovação, especialmente a tecnologia, o setor industrial e a produção de fontes de energia limpa. Obama também anunciou seu plano de realizar uma reforma do setor financeiro, já aprovada no Congresso, com o objetivo de prevenir futuras crises.

• Romney: O plano do republicano para impulsionar e reformar a economia busca transformar os EUA em um país independente energeticamente até o ano de 2020, aproveitando os recursos do petróleo, carvão, gás e as formas renováveis, assim como a energia nuclear. O candidato promete ajudar os trabalhadores e dar a eles "as ferramentas que necessitam" para o mercado de emprego de hoje e as carreiras do futuro.

Até o fechamento desta edição, na noite de ontem, Barack Obama estava a ponto de subir no palco de um ginásio lotado de Charlotte, na Carolina do Norte, para aceitar a nomeação do Partido Democrata e concorrer novamente à Presidência dos Estados Unidos. Segundo trechos antecipados e briefings de seus assessores, o presidente admitiria, diante da multidão de 20 mil pessoas e dos milhões de espectadores da tevê e da internet, que seu governo poderia ser melhor.

Obama faria um discurso pragmático, mirando o futuro, economizando promessas e tentando resgatar a aura de sua primeira candidatura apenas no brilho pop.

Também chamaria a si­­ o legado de Franklin D. Ro­­osevelt, o presidente que ampliou a rede de proteção social dos EUA.

"O caminho que oferecemos pode ser mais duro, mas ele leva a um lugar melhor", dirá.

"Peço a vocês que se mobilizem em torno de um conjunto de metas por nosso país – metas em manufatura, energia, educação, segurança nacional e o déficit [federal], um plano real e factível, que levará a mais empregos, mais oportunidades e reconstruirá a economia sobre uma base mais sólida."

Em um contraste com os dizeres "Esperança" e "Sim, nós podemos", que em 2008 mobilizaram não só o eleitorado democrata mas americanos que não costumam votar, emendará: "Isso é o que podemos fazer nos próximos quatro anos, e é por isso que estou concorrendo a um segundo mandato".

Segundo Patrick Gaspard, diretor-executivo do Co­­mitê Nacional do Partido Democrata, Obama irá ainda mais longe. "O presidente vai admitir que o ritmo do crescimento não tem sido tão rápido como gostaríamos", afirmou. "Mas ele também vai falar do que fez pelo setor manufatureiro, e dos empregos que criou."

A economia é a principal preocupação do eleitor americano, segundo pesquisas.

"Nos próximos anos, grandes decisões serão tomadas em Washington sobre empregos e a economia, impostos e déficit, energia e educação, guerra e paz", dirá Obama.

"A verdade é que levará mais do que alguns anos para superar os desafios que acumulamos durante décadas. Exigirá um esforço coletivo, responsabilidade compartilhada e o tipo de experimentação ousada e persistente que Franklin Roosevelt buscou na única crise pior do que a atual [a de 1929]."

Democratas destacam afinidade de Obama com a classe média

Um sujeito que entende os problemas da classe média porque os viveu, e portanto é mais apto a resolvê-los do que seu rival, blindado por uma suposta bolha de riqueza.

É esse Barack Obama que a convenção democrata tenta "vender" em Charlotte, sublinhado na quarta-feira no discurso do ex-presidente Bill Clinton

Antes de Clinton, o partido convocou a primeira-dama, o ex-chefe de gabinete de Obama e sua nova estrela para falar do peso da vivência do presidente em suas decisões.

"Vi como as questões que chegam à mesa de um presidente são sempre as difíceis", disse Michelle Obama na noite de terça-feira, um discurso elogiado da direita à esquerda por sua sutileza e eficácia.

"Na hora da decisão, o que te guia são seus valores, sua visão e a experiência de vida que faz de você aquilo que é."

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