Sob intensa pressão de companheiros da partido e também da oposição, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou ontem uma mudança crucial em sua reforma no sistema de saúde. A alteração preservará até 2014 os planos de saúde privados que foram cancelados por não atenderem aos parâmetros estabelecidos pela nova lei federal.
Obama disse ter "ouvido em alto e bom som" as queixas de norte-americanos que viram seus planos de saúde cancelados apesar das promessas de que a nova lei permitiria a manutenção dos seguros de saúde vigentes se os clientes estivessem satisfeitos com os serviços.
Apesar da mudança, Obama disse que não vai "se distanciar" da lei que ajudaria dezenas de milhões de norte-americanos a pagarem por um plano de saúde e já derrubou consideravelmente os preços de cobertura.
Em entrevista coletiva concedida na Casa Branca, o presidente prometeu que o sistema vai funcionar. "Nós vamos continuar trabalhando nele até que tudo esteja funcionando."
Obama estava sob intensa pressão de aliados em relação à questão dos cancelamentos. A oposição, por sua vez, vê na mudança um flanco aberto para atacar o governo nos meses que antecedem as eleições legislativas de novembro do ano que vem.
As seguradoras estão recebendo notificações de que poderão continuar vendendo apólices durante 2014 mesmo nos casos em que elas não atenderem às exigências da nova lei. Em contrapartida, as seguradoras terão de comunicar claramente aos clientes que existem alternativas dentro do Obamacare e em quais aspectos seus planos descumprem as exigências da lei.
Obama também assumiu a responsabilidade pelos graves problemas técnicos enfrentados pelos usuários do programa ao tentarem usar o site lançado pelo governo federal em 1.º de outubro, o que dificultou a inscrição de interessados.
Em todo o país, pouco mais de 100 mil pessoas conseguiram se inscrever no chamado Obamacare em suas primeiras semanas de funcionamento.