Cativeiro
Refém americana teria sido dada a jihadista do EI como noiva, diz CBS
Em uma das tentativas de resgate de Kayla Mueller, agente se passou por marido
O serviço de inteligência dos Estados Unidos acredita que a refém americana Kayla Mueller tenha sido dada como esposa a um combatente do Estado Islâmico durante seu período no cativeiro, informou ontem a CBS News. Kayla morreu durante bombardeios, segundo o grupo terrorista.
A jovem de 26 anos é a quarta pessoa dos EUA a morrer nas mãos do EI. Segundo congressistas, sua morte, confirmada na terça-feira pelo governo americano, ressalta a necessidade da elaboração de um plano contra o grupo extremista.
Depois de sua morte, os americanos descobrem agora detalhes sobre o cativeiro de Kayla. Ela foi uma dos reféns americanos que o governo tentou resgatar durante uma operação fracassada em julho do ano passado. E, de acordo com o deputado republicano Paul Gosar, houve várias tentativas.
Em uma delas, um homem fingindo ser marido de Kayla apareceu no acampamento terrorista onde ela era mantida e pediu sua libertação. Sem saber da missão, a americana negou ser casada, jogando a operação por água abaixo.
Aufm
ou Autorização para o Uso de Força Militar (AUFM), é uma resolução que autoriza formalmente um esforço militar, neste caso, contra o EI.
O presidente de EUA, Barack Obama, enviou ontem ao Congresso uma proposta de autorização do uso da força contra o Estado Islâmico (EI), um texto que espera que sirva como base legal para a atual ofensiva e que, segundo assegurou, não permitirá operações de combate terrestre a longo prazo.
A minuta enviada por Obama ao Congresso não estabelece limites claros à campanha aliada contra o EI, mas também não autoriza "operações de combate terrestre em grande escala e a longo prazo, como as que nossa nação realizou nas guerras do Iraque e Afeganistão", segundo explicou o líder.
Até agora, o governo de Obama baseou seus ataques contra o EI no Iraque e Síria em uma "autorização para o uso da força militar" (AUMF, em inglês) de 2001 e em outra norma de 2002 para o Iraque que o então presidente, George W. Bush, usou para lançar ataques contra terroristas no exterior.
No entanto, Obama disse em novembro que preferia que o Congresso aprovasse uma base legal específica para a ofensiva contra o EI que começou em agosto, e durante os últimos três meses a Casa Branca manteve contatos com os legisladores para redigir um texto a respeito.
Detalhes
Na proposta enviada ao Congresso, Obama afirmou que "as forças locais" dos países onde o EI combate, "devem se desdobrar para realizar" as operações de combate terrestre, "ao invés das forças militares americanas", como ocorreu até agora no Iraque e Síria.
Obama disse que sua proposta lhe "proporcionaria flexibilidade para realizar operações de combate terrestre em outras circunstâncias, mais limitadas, como operações de resgate que envolvam pessoal dos EUA ou da coalizão ou o uso de forças de operações especiais para atuar contra a liderança de EI".
"Também autorizaria o uso das forças americanas em situações onde as operações de combate terrestre não são esperadas e nem previstas, como a compilação e troca de informação de inteligência, missões para permitir bombardeios cinéticos (com mísseis ou bombas), e o fornecimento de planos operacionais e outras formas de assessoria, além de assistência às forças aliadas", acrescentou.
A minuta enviada por Obama não contém detalhes sobre possíveis limites à duração da campanha,, nem a sua possível extensão geográfica além do Iraque e Síria.