Políticos republicanos dos EUA Unidos denunciaram ontem uma conversa ouvida em Seul entre os presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev, da Rússia. De acordo com os rivais políticos de Obama, o diálogo mostra as verdadeiras intenções do democrata durante um eventual segundo mandato.
Segundo jornalistas que participaram do encontro entre os presidentes, fora da cúpula sobre segurança nuclear na capital sul-coreana, Obama teria pedido a Medvedev que desse "espaço" para ele, em particular sobre a questão do escudo antimísseis na Europa. Um microfone teria ficado ligado. "É minha última eleição. Depois da minha eleição terei mais flexibilidade", acrescentou Obama, segundo uma transcrição da conversa pela rede ABC.
Medvedev prometeu "transmitir esta informação" a Vladimir Putin, que o sucederá em maio no governo depois de ter sido eleito em março. A Casa Branca procurou minimizar o alcance desta conversa lembrando que "já que 2012 é um ano eleitoral nos dois países (...), certamente não será um ano durante o qual faremos grandes avanços em questões difíceis", afirmou o conselheiro adjunto para a Segurança Nacional de Obama, Ben Rhodes.
Segundo o favorito dos republicanos para enfrentar Obama nas eleições do dia 6 de novembro, Mitt Romney, "o presidente deu a entender que se submeterá à Rússia na questão da defesa antimísseis, mas os americanos têm direito de saber em que assuntos pretende ser flexível durante um eventual segundo mandato".
Obama e Medvedev expressaram seu apoio aos esforços de Kofi Annan, enviado da ONU e da Liga Árabe na Síria, para por fim à violência no país governado por Bashar al-Assad.
O Exército sírio bombardeava ontem os bairros de Homs, um dia depois de a Rússia, aliada do regime, ter assegurado seu apoio total ao plano de Annan. O porta-voz sírio disse que Assad está "estudando [a proposta de Annan] e responderá muito em breve". Annan disse que no dia 14 de março havia recebido uma primeira resposta das autoridades sírias e pediu que ela fosse esclarecida.