A Casa Branca se prepara nesta terça-feira (10) para apresentar a parlamentares dos EUA o seu plano para o determinar as possibilidades de uso de força militar no combate à facção radical Estado Islâmico (EI), estabelecendo o primeiro voto no Congresso americano em 13 anos sobre regulamentações de guerra.
A proposta do presidente Barack Obama, que será discutida na terça com senadores democratas, deve ser apresentada formalmente na quarta-feira (11), segundo um membro do partido.
Os defensores do plano argumentam que uma nova autorização para o uso de força militar é importante para demonstrar unidade na luta contra o EI, cujos militantes estabeleceram domínio em regiões do Iraque e da Síria, impuseram uma forma violenta da Sharia, a lei islâmica, além de matar reféns dos EUA e de países aliados.
Para justificar as ações empreendidas contra o EI até agora, Obama tem se apoiado em uma resolução votada pelo Congresso em 2002, a qual conferia poder de guerra ao então presidente George W. Bush na campanha americana contra o Iraque em resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001. Críticos veem a atitude de Obama como uma manobra legal.
Anteriormente, Obama argumentava que tinha autoridade legal para empreender ataques aéreos contra posições do EI e para utilizar tropas americanas no treinamento das forças de segurança iraquianas. Porém, mais recentemente, o presidente afirmou que quer uma nova autorização, sem dar maiores informações.
Detalhes
Para conseguir o apoio do Congresso, Obama precisa encontrar um equilíbrio entre parlamentares que defendem ampla autonomia no combate ao EI e outros congressistas, inclusive membros de seu próprio partido, os quais temem que uma nova autorização para o uso da força militar possa levar a um novo envolvimento dos EUA em uma guerra prolongada, a exemplo das campanhas militares no Iraque e no Afeganistão.
A Casa Branca tem buscado ouvir congressistas para resolver as divergências e garantir o apoio dos democratas e dos republicanos antes de entrar formalmente com o pedido. Um assessor disse que o debate no Congresso não deve seguir necessariamente o embate partidário, pois há divergências entre alas do mesmo partido sobre pontos da proposta.
Um funcionário do Congresso afirmou que o presidente deve pedir um resolução válida por três anos, de forma que o próximo presidente tenha que renovar a sua autorização para combater o EI. Obama estaria considerando, ainda, deixar em aberto a possibilidade de enviar tropas caso seja necessário, mas não gostaria de manter soldados em terra durante um tempo prolongado. Por fim, a proposta da Casa Branca não apresentaria limites geográficos para o combate, mas autorizaria o uso da força apenas contra o EI, segundo o funcionário.
Os EUA vêm realizando bombardeios contra posições do EI e oferecendo suporte ao exército iraquiano desde agosto. O país lidera uma coalizão internacional formada para combater os extremistas. O EI controla desde 2014 partes do Iraque e da Síria, onde estabeleceu um califado.