O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretende pedir ao Congresso 33 bilhões de dólares em verbas emergenciais para ampliar o contingente militar no Afeganistão neste ano, disseram fontes da Defesa na quarta-feira.
O dinheiro, destinado principalmente ao envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão, além de outros custos bélicos no atual ano fiscal de 2010, se somará a outra solicitação que Obama deve fazer para elevar o orçamento geral do Pentágono ao recorde de 708 bilhões de dólares no ano fiscal de 2011, segundo funcionários que pediram anonimato.
A verba do Departamento de Defesa para o ano fiscal de 2010, incluindo os custos das guerras do Afeganistão e do Iraque, além de construções militares, já atinge 660 bilhões de dólares.
Se for aprovada pelo Congresso, a verba adicional de 33 bilhões de dólares, condizente com estimativas divulgadas no mês passado pelo Pentágono, elevará o total para 2010 a 693 bilhões de dólares.
O orçamento para o ano fiscal de 2011, que começa em 1o. de outubro, deve ser divulgado em 1o. de fevereiro pela Casa Branca.
O Escritório de Orçamento e Gestão da Casa Branca não quis comentar.
Apesar do aumento de verbas para o próximo ano, analistas dizem que as compras do Pentágono deverão continuar sob pressão, e que mais programas de aquisição de armas podem ser cortados porque os gastos com pessoal e saúde estão consumindo uma parte cada vez maior do orçamento do Pentágono.
Na semana passada, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, previu que o orçamento do Pentágono vai começar a cair dentro de dois anos por causa dos problemas econômicos norte-americanos. Mas o governo enfrenta objeções de parlamentares para cortar programas bélicos, vistos como fonte de empregos industriais qualificados.
No ano passado, o Congresso eliminou uma verba para o caça F-22 da Lockheed Martin, conforme Obama havia solicitado. Mas os parlamentares liberaram verbas para mais dez aviões de transporte C-17 da Boeing, além do que o Pentágono havia pedido, a um custo de 2,5 bilhões de dólares.
O Congresso também manteve vivo um projeto para um motor alternativo ao caça F-35, feito pela General Electric e a Rolls Royce, apesar das objeções do Pentágono.