O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encerra na quarta-feira sua visita à China com reuniões com o primeiro-ministro Wen Jiabao, novamente tratando dos atritos econômicos entre as duas potências.
A primeira visita oficial do presidente norte-americano ao país asiático tem misturado manifestações de boa vontade com discussões a portas fechadas para tratar das amplas e cada vez mais complexas relações bilaterais.
Na quarta-feira Obama manterá esse tom com uma visita à Grande Muralha - para muitos chineses, um símbolo da herança imperial do país - e terá a oportunidade de pressionar Wen a respeito de questões econômicas e diplomáticas delicadas.
Na terça-feira, em reunião com o presidente Hu Jintao, Obama deixou clara a sua preocupação com a excessiva desvalorização do yuan, a moeda local, o que favorece as exportações chinesas e dificulta o acesso de produtos norte-americanos ao gigantesco mercado local.
Em suas declarações a jornalistas, Hu não citou a questão cambial. Já Wen, que como chefe de governo está mais envolvido nas questões do dia a dia, poderia estar mais disposto a discutir a questão cambial, além de queixas da China em relação às regras comerciais dos EUA.
Mas autoridades e analistas têm alertado que a visita de Obama não deve resultar em mudanças imediatas, mesmo porque cúpulas como esta visam principalmente a estabelecer prioridades, sem necessariamente tomar decisões.
"Quaisquer mudanças políticas na China, inclusive a taxa de câmbio, se basearão na sua avaliação dos seus próprios interesses, não em pressões externas", disse Jin Canrong, especialista em relações sino-americanas na Universidade Renmin, em Pequim.
Wen deve manifestar a Obama preocupação com as políticas fiscal e financeira dos EUA, já que cerca de dois terços das reservas chinesas, que totalizam 2,27 trilhões de dólares, estão em títulos expressos em dólar.
Na conversa com Wen, Obama deve abordar também a preocupação dos EUA com os programas nucleares de Irã e Coreia do Norte, dois países em relação aos quais Pequim e Washington dizem querer colaborar, mas costumam discordar sobre a pressão a ser aplicada. Wen esteve no começo de outubro na Coreia do Norte.
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