Antes mesmo do presidente norte-americano, Barack Obama, decidir enviar mais tropas de combate ao Afeganistão, muitos membros de seu próprio partido estão opondo resistência à ideia, e especialistas dizem que ele precisa se esforçar mais para promover seus planos.

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Quando Obama anunciou sua revisão da estratégia para o Afeganistão, em março, a maioria dos parlamentares democratas apoiou seus planos. Mas o ceticismo agora começa a se manifestar, e seu plano vem encontrando mais apoio entre republicanos que entre a própria base democrata do presidente.

"Isso coloca o presidente a meio caminho entre sua própria base e seus críticos republicanos, que procuram qualquer sinal de abrandamento de sua resolução como sinal de que o presidente estaria amolecendo em relação ao terrorismo", disse Bruce Riedel, do Centro Saban do Brookings Institution.

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Para frear essa onda de ceticismo, que também se reflete nas pesquisas de opinião pública no país, especialistas dizem que Obama precisa trabalhar mais para promover sua estratégia, mais ou menos como vem fazendo nas últimas semanas para promover a reforma do sistema de saúde norte-americano.

"Estamos chegando a uma virada. Estamos passando por uma espécie de crise existencial", disse Karin von Hippel, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington.

Ela disse que Obama precisa encontrar uma maneira de "administrar" os receios crescentes no Capitólio e ao mesmo tempo incentivar a discussão entre o público cada vez mais desencantado com a guerra no Afeganistão, onde a violência insurgente chegou ao nível mais alto desde que o Taliban foi afastado do poder, no final de 2001.

Riedel, que presidiu a revisão feita em março da estratégia dos EUA para o Afeganistão e Paquistão, prevê um discurso presidencial para breve, no qual Obama novamente apresentaria seus argumentos para explicar a urgência de um esforço "munido de recursos plenos" no Afeganistão.

Obama estuda pedir uma avaliação formal da guerra do general Stanley McChrystal, comandante chefe dos EUA e da Otan no Afeganistão. A expectativa é que ela resulte num pedido de mais forças de combate.

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Essas tropas adicionais ajudariam a combater a violência. Mas também se prevê que a estratégia de confronto direto com os insurgentes resulte em mais baixas americanas, o que dificultaria mais ainda para Obama continuar a "vender" a guerra ao público americano já cansado de guerras, desde a invasão do Iraque.

"O Afeganistão está começando a parecer um conflito de longo prazo cujo final e como chegaremos a ele não estão claros para muita gente", disse Alex Thier, especialista no Afeganistão junto ao Instituto de Paz dos EUA.