Obama disse que os democratas devem aceitar reduções de gastos e os republicanos, aumentos dos impostos para os mais ricos| Foto: Jim Watson/AFP

Guerras dos EUA passam de US$ 3,7 tri

Quando o presidente Barack Obama citou o custo como uma razão para retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão, ele se referiu a uma quantia de US$ 1 trilhão gastos pelos EUA em seus conflitos bélicos atuais. Mas, por maior que pareça, essa cifra subestima grosseiramente o custo total para o Tesouro dos EUA das guerras no Iraque, Afeganistão e Paquistão, e ignora valores mais vultosos que ainda devem surgir, segundo um estudo divulgado ontem.

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Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, usou sua primeira entrevista coletiva em três meses para chamar a atenção do Congresso – sobretudo da oposição – e en­­fatizar a necessidade de conter gas­­tos e de acabar com o alívio fiscal para "milionários e bilionários".

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O esforço retórico ganhou ar pa­­ternal quando o presidente usou as filhas como argumento.

"Malia e Sasha sempre terminam sua lição de casa um dia an­­tes. Não deixam tudo para a última hora. E elas têm 13 e 10 anos. Fala sério, não é tão difícil", disse, aludindo ao Legislativo.

O governo americano precisa que o Congresso aprove até o início de agosto a elevação do teto da dívida federal, hoje em US$ 14,3 trilhões, sob pena de não ter mais autorização para gastar nada.

Isso inclui deixar de pagar os juros já correntes – os americanos têm a maior dívida externa do mundo –, com um possível efeito dominó sobre mercados já assombrados pela crise europeia.

Paralelamente, Obama propôs cortes drásticos no Orçamento e é criticado por não fazer mais. Nes­­se front, ele exortou os líderes no Congresso a agir rápido e destravar as negociações.

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"Não chegaremos ao corte de US$ 4 trilhões de que precisamos se só mexermos nos 12% do Orçamento dedicados a educação e inspeção alimentar", afirmou, citando as propostas recorrentes da oposição republicana.

Ele também defendeu cortar o Orçamento da assistência médica federal aos mais carentes, "mas por meio de enxugamento de custos, e não cobrando mais dos cidadãos mais velhos". O Medicare é o alvo-mor dos pré-candidatos republicanos à eleição presidencial de 2012.

"Vacas"

Ainda ontem, Obama fez um apelo a seus aliados democratas e aos adversários republicanos a sacrificarem as "vacas sagradas", para chegar a um acordo de redução do déficit fiscal dos EUA, a fim de evitar um default, de consequências "imprevisíveis".

Em entrevista à imprensa, o presidente americano disse que seu partido deve aceitar reduções de gastos e os republicanos, au­­mentos dos impostos para os mais ricos.

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"As reduções de impostos que estou propondo eliminar são as isenções para os milionários e bilionários, para as companhias de petróleo e administradoras de fundos especulativos e para em­­presas corporativas", declarou Obama no East Room, da Casa Branca.