O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, comprometeram-se, nesta sexta-feira, a renovar a aliança entre seus países. No primeiro dia de uma viagem de uma semana pela Ásia, Obama disse que os EUA e o Japão devem "buscar formas de renovar e revigorar a aliança para o século 21".
Hatoyama disse que o Japão não mais reabastecerá embarcações que levam suprimentos ao Afeganistão. Ele prometeu, porém, auxílio para civis afegãos, em setores como educação, agricultura e de polícia. Também se comprometeu a cooperar com Washington no combate à mudança climática e para evitar proliferação nuclear.
Obama disse que os EUA são uma potência "pacífica" e prometeu aprofundar o envolvimento americano na região. Ao lado de Hatoyama, ele declarou ainda que a aliança entre Washington e Tóquio representa "as fundações" da paz e da prosperidade na Ásia.
Após a reunião e coletiva com Hatoyama, Obama fez um discurso a 1.500 empresários e políticos japoneses numa sala de concertos no centro de Tóquio. Obama disse que é "absolutamente vital" que a Coreia do Norte, o Irã e outros países do Oriente Médio abandonem suas ambições de armas nucleares. Segundo ele, se a Coreia do Norte cumprir as demandas, "então poderá abrir as portas para um futuro melhor". Se não cumprir, "seguiremos unidos para implementar as resoluções das Nações Unidas e traçar uma estratégia de segurança que convença Pyongyang a avançar numa direção melhor".
Obama desembarcou mais cedo em Tóquio, dando início a sua primeira visita oficial à Ásia pelo Japão, o principal aliado de Washington em uma região cada vez mais dominada pela China.
Os EUA e o Japão discutem a realocação de uma base militar norte-americana na ilha de Okinawa, sul do país. "Nós esperamos concluir esse trabalho rápido", disse Obama. "Nosso objetivo permanece o mesmo, que é auxiliar a defesa do Japão, com o mínimo de intromissão nas vidas das pessoas que dividem o espaço "
O objetivo do giro de Obama por quatro países asiáticos é fazer frente a sugestões de que os EUA estariam perdendo influência na região mais populosa do mundo, por estarem com a atenção voltada para problemas internos e para as guerras no Iraque e no Afeganistão.
No fim de semana, quando estiver em Cingapura, Obama participará da reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico. Depois, na próxima semana, ele passará três dias na China e encerrará o tour pela Coreia do Sul.
Sobre o Afeganistão, Obama prometeu uma decisão "transparente" em breve sobre as tropas norte-americanas no país. O líder avalia um pedido do comando militar no Afeganistão para enviar mais dezenas de milhares de soldados para a guerra. "A decisão será tomada em breve", notou, enfatizando que, em seguida, o assunto será explicado de forma clara para a população norte-americana.
Mais cedo, funcionários disseram que a decisão sobre a estratégia no combate afegão deve ser anunciada apenas depois da viagem pela Ásia, que se encerra no dia 19.
Reunião com Medvedev
O encontro entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos neste fim de semana, em Cingapura, dará um "novo impulso" aos esforços para reforçar os laços e substituir um importante tratado sobre armas nucleares. A avaliação é de um alto conselheiro do Kremlin, citado nesta sexta-feira pela agência russa Itar-Tass.
"Nós estamos trabalhando seriamente para esse encontro e espero que isso dará um novo impulso para a cooperação", afirmou Sergei Prikhodko, alto conselheiro para política externa do presidente Dmitry Medvedev. O líder russo deve se encontrar com Barack Obama no domingo, em um encontro paralelo à reunião do fórum de cooperação econômica da Ásia e do Pacífico, em Cingapura.
A dupla deve discutir a guerra no Afeganistão, as preocupações sobre os programas nucleares de Irã e Coreia do Norte, e também os esforços para se firmar um tratado que substituirá o Tratado de Redução de Armas Estratégicas, de 1991, segundo Prikhodko.
Moscou e Washington buscam substituir o tratado de 1991, visto como um marco no controle de armas da Guerra Fria. O pacto deixa de valer a partir de 5 de dezembro. "Nós estamos trabalhando para o novo acordo estar pronto no prazo estabelecido pelos dois presidentes", notou o assessor.
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