O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem mais ataques aéreos contra os extremistas na Síria depois que forças dos EUA realizaram ataques aéreos visando militantes do Estado Islâmico e uma afiliada da Al-Qaeda que Washington alegou estar planejando atentados em seu país e na Europa. "Não iremos tolerar santuários para terroristas que ameaçam nosso povo", afirmou Obama prestes a deixar a Casa Branca rumo a Nova York e à Organização das Nações Unidas (ONU), onde se reuniria com autoridades de nações árabes que se juntaram aos ataques ao Estado Islâmico.
A Casa Branca declarou que forças norte-americanas fizeram ataques por sua conta visando o grupo Khorasan, ligado à Al-Qaeda, para interromper os planos de ataques iminentes no Ocidente. Já há algum tempo estamos monitorando planos para realizar atentados nos Estados Unidos e na Europa", afirmou Ben Rhodes, vice-assessor de segurança nacional de Obama, aos repórteres que viajavam com o presidente para a Assembleia Geral da ONU. "Acreditamos que os ataques planejados eram iminente", disse Rhodes, e que "eles tinham planos de conduzir ataques fora da Síria".
Só o início
Os ataques norte-americanos e árabes contra alvos dos militantes na Síria de segunda para terça-feira foram só o início do esforço da coalizão para enfraquecer o Estado Islâmico, grupo extremista que já matou milhares, decapitou pelo menos três jornalistas ocidentais e ocupou vastas áreas da Síria e do noroeste do Iraque. "Posso lhes dizer que os ataques da noite passada foram só o começo", afirmou o contra-almirante John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, aos repórteres. Ele disse que as incursões foram "muito bem-sucedidas" e que continuarão.
Outro porta-voz militar declarou que as nações árabes, entre elas Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, participaram da segunda e da terceira onda de ataques. O tenente-general William Mayville Jr. disse que as ações desses países árabes foram desde patrulhas aéreas de combate até o disparo contra alvos.
Grupo Khorasan estava prestes a atacar Ocidente
EFE
O diretor de operações do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o tenente-general William Mayville, garantiu ontem que a célula de veteranos da Al-Qaeda, o grupo Khorasan, estava "em fase final" para realizar atentados terroristas contra o Ocidente, inclusive os EUA.
Posições do Khorasan foram parte dos alvos da primeira rodada de ataques aéreos realizados na noite de segunda-feira pelos EUA em território sírio, dentro da campanha para conter a ameaça do Estado Islâmico (EI). "O grupo Khorasan se encontrava em fase final para executar grandes ataques contra alvos ocidentais e, potencialmente, o território americano", afirmou Mayville em entrevista coletiva no Pentágono.
Recrutamento
O tenente-general acrescentou que "o grupo terrorista estava perto da fase de execução de um ataque na Europa ou nos EUA", mas evitou divulgar mais detalhes a respeito. Segundo os analistas de inteligência, a até agora pouco conhecida célula de veteranos da Al-Qaeda, conhecida como grupo Khorasan, se aproveitou do conflito civil na Síria para recrutar jihadistas ocidentais.