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Secretário-geral da ONU saúda ofensiva contra terroristas
Estadão Conteúdo
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, elogiou os ataques aéreos contra militantes na Síria que, segundo ele, representam uma ameaça à segurança internacional". Ele abriu sua coletiva de imprensa na cúpula do clima da ONU, ontem, pedindo aos líderes mundiais reunidos em Nova York para que "se unam decisivamente" em apoio aos esforços para combater grupos extremistas.
"Eu saúdo a solidariedade internacional para enfrentar esse desafio", disse Ban. Ele advertiu, no entanto, que as partes envolvidas nas ofensivas aéreas precisam respeitar a lei humanitária internacional e tomar todas as precauções necessárias para evitar e minimizar as mortes de civis.
Ameaça
O secretário-geral disse que, apesar de os ataques não responderem diretamente a um pedido do governo sírio, autoridades foram informadas sobre as operações com antecedência. Damasco confirmou que os Estados Unidos informaram sobre a realização das missões. "Eu destaco também que as ofensivas ocorreram em locais que não estão mais sob controle desse governo", lembrou Ban.
"Eu acho que é inegável - e objeto de um amplo consenso internacional - que esses grupos extremistas representam uma ameaça imediata à paz e à segurança internacionais", acrescentou o secretário-geral da ONU.
Os Estados Unidos e cinco países árabes realizaram ofensivas aéreas contra alvos do Estado Islâmico na Síria pela primeira vez na noite da última segunda-feira, usando aeronaves norte-americanas e mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados de dois navios.
Em carta, EUA dizem que regime sírio falhou no combate ao EI
Os EUA informaram ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que os ataques aéreos contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria começaram porque os líderes sírios falharam em combater essa ameaça. "O regime sírio mostrou que não consegue e não vai confrontar esses abrigos de segurança (do Estado Islâmico) sozinho de forma efetiva" informa uma carta da embaixadora americana na ONU, Samantha Power. A carta foi entregue horas após os ataques aéreos começarem com a participação de cinco nações árabes.
Bombardeios liderados por americanos matam dezenas de radicais
Pelo menos 20 membros da facção Estado Islâmico morreram nos primeiros ataques aéreos dos Estados Unidos ontem na Síria, segundo o grupo de monitoramento Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Os EUA, com o apoio de seus aliados árabes, atingiram alvos do EI, incluindo campos de treinamento, bases e suprimentos de armas nas províncias de Raqqa e Deir al-Zor. Os ataques também tiveram como alvo o grupo Frente al-Nusra, filiado à Al Qaeda, nos quais mais de 50 militantes morreram.
Jornalista
Organização divulga novo vídeo exibindo refém britânico
O Estado Islâmico divulgou ontem um vídeo de um de seus reféns na Síria, o jornalista britânico John Cantlie. Nesse vídeo, a organização critica a ofensiva dos EUA e seus aliados contra os radicais. Na gravação, de cinco minutos e meio de duração, Cantlie está sentado em uma mesa sobre um fundo preto e se apresenta como "o cidadão britânico abandonado por seu governo". É o segundo vídeo no qual Cantlie aparece em menos de uma semana e sua divulgação coincide com o início da ofensiva internacional contra as bases do EI no território sírio.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ontem mais ataques aéreos contra os extremistas na Síria depois que forças dos EUA realizaram ataques aéreos visando militantes do Estado Islâmico e uma afiliada da Al-Qaeda que Washington alegou estar planejando atentados em seu país e na Europa. "Não iremos tolerar santuários para terroristas que ameaçam nosso povo", afirmou Obama prestes a deixar a Casa Branca rumo a Nova York e à Organização das Nações Unidas (ONU), onde se reuniria com autoridades de nações árabes que se juntaram aos ataques ao Estado Islâmico.
A Casa Branca declarou que forças norte-americanas fizeram ataques por sua conta visando o grupo Khorasan, ligado à Al-Qaeda, para interromper os planos de ataques iminentes no Ocidente. Já há algum tempo estamos monitorando planos para realizar atentados nos Estados Unidos e na Europa", afirmou Ben Rhodes, vice-assessor de segurança nacional de Obama, aos repórteres que viajavam com o presidente para a Assembleia Geral da ONU. "Acreditamos que os ataques planejados eram iminente", disse Rhodes, e que "eles tinham planos de conduzir ataques fora da Síria".
Só o início
Os ataques norte-americanos e árabes contra alvos dos militantes na Síria de segunda para terça-feira foram só o início do esforço da coalizão para enfraquecer o Estado Islâmico, grupo extremista que já matou milhares, decapitou pelo menos três jornalistas ocidentais e ocupou vastas áreas da Síria e do noroeste do Iraque. "Posso lhes dizer que os ataques da noite passada foram só o começo", afirmou o contra-almirante John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, aos repórteres. Ele disse que as incursões foram "muito bem-sucedidas" e que continuarão.
Outro porta-voz militar declarou que as nações árabes, entre elas Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, participaram da segunda e da terceira onda de ataques. O tenente-general William Mayville Jr. disse que as ações desses países árabes foram desde patrulhas aéreas de combate até o disparo contra alvos.
Grupo Khorasan estava prestes a atacar Ocidente
EFE
O diretor de operações do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o tenente-general William Mayville, garantiu ontem que a célula de veteranos da Al-Qaeda, o grupo Khorasan, estava "em fase final" para realizar atentados terroristas contra o Ocidente, inclusive os EUA.
Posições do Khorasan foram parte dos alvos da primeira rodada de ataques aéreos realizados na noite de segunda-feira pelos EUA em território sírio, dentro da campanha para conter a ameaça do Estado Islâmico (EI). "O grupo Khorasan se encontrava em fase final para executar grandes ataques contra alvos ocidentais e, potencialmente, o território americano", afirmou Mayville em entrevista coletiva no Pentágono.
Recrutamento
O tenente-general acrescentou que "o grupo terrorista estava perto da fase de execução de um ataque na Europa ou nos EUA", mas evitou divulgar mais detalhes a respeito. Segundo os analistas de inteligência, a até agora pouco conhecida célula de veteranos da Al-Qaeda, conhecida como grupo Khorasan, se aproveitou do conflito civil na Síria para recrutar jihadistas ocidentais.