Ataques aéreos já destruíram mais de 200 alvos do EI
As Forças Armadas americanas destruíram em pouco mais de um mês, em ataques aéreos contra o Estado Islâmico (EI), 212 alvos, entre eles um posto de comando e 88 veículos armados dos jihadistas, informou ontem o Pentágono.
Os Estados Unidos já realizaram 154 ataques aéreos com bombardeiros, caças e aviões não tripulados com o objetivo de facilitar o avanço de tropas do Exército iraquiano, dos "peshmerga" curdos e milícias tribais contra o EI.
A maioria dos bombardeios (91) ocorreram nos arredores da represa de Mossul, a maior do país e um ponto estratégico que foi tomado brevemente pelos jihadistas sunitas do EI.
A represa de Mossul foi o primeiro alvo dos bombardeios americanos desde o começo de agosto porque a tomada dessas instalações permitia controlar uma importantíssima fonte de eletricidade no Iraque.
Os EUA bombardearam até 29 vezes os arredores de Erbil, capital do Curdistão iraquiano e local de onde operam assessores militares americanos, assim como Sinjar e Amerli, a fim de defender as minorias assediadas pelo EI.
Os mais recentes ataques ocorreram na represa de Haditha, no oeste do Iraque, outro ponto de grande importância estratégica, e onde, segundo o Pentágono, o EI estava começando a concentrar artilharia com a intenção de lançar um ataque iminente. Os bombardeios foram realizados sem baixas americanas.
Efe
Americana se declara culpada de conspiração
Uma mulher de 19 anos do estado americano do Colorado se declarou ontem culpada, em um tribunal federal, de conspirar para fornecer ajuda material a militantes do Estado Islâmico (EI). Shannon Maureen Conley está sob custódia desde que foi presa, em abril, por supostamente planejar viajar ao exterior e se juntar ao grupo radical sunita.
De acordo com depoimento Shannon, que se converteu ao islamismo, correspondeu-se on-line com um suposto combatente islâmico da Tunísia. Ela disse aos investigadores que pretendia se casar com o homem e se unir a ele e a outros combatentes islâmicos "para consertar os erros cometidos contra o mundo muçulmano".
Conley é formada em auxiliar de enfermagem, participou de um acampamento organizado pelos Exploradores do Exército dos EUA um programa de carreiras para jovens no ano passado, no Texas, e planejava usar o treinamento para lutar no exterior.
Agentes de uma força-tarefa federal antiterrorismo interrogaram Shannon várias vezes para tentar dissuadi-la, mas ela insistiu que queria viajar ao exterior e guerrear contra os infiéis, ainda segundo o depoimento da detenção.
Ela foi presa no Aeroporto Internacional de Denver. A acusação de conspiração para fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira acarreta em pena máxima de cinco anos de prisão e uma multa de 250 mil dólares.
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não hesitará em atacar os militantes do Estado Islâmico (EI) em território sírio. "Quem ameaça a América não terá abrigo seguro", afirmou Obama ontem em discurso aos americanos.
"Deixo claro que vamos caçar terroristas que ameaçam o nosso país onde quer que estejam", disse o presidente. "Isso significa que não hesitarei em tomar medidas contra o EI na Síria, assim como no Iraque."
Obama prometeu enfrentar os radicais islâmicos "com força e determinação", enaltecendo a liderança americana em várias crises mundiais como a epidemia do ebola na África Ocidental e a disputa territorial no leste da Ucrânia. Agora, mais 475 militares americanos serão enviados ao Oriente Médio para dar apoio ao exército iraquiano e às forças que resistem ao avanço do EI.
O discurso de ontem encerrou três anos de hesitação do presidente Obama, que se mostrou determinado a conduzir uma operação militar em território sírio, tendo como alvo não o ditador Bashar al-Assad, como chegou a anunciar em setembro de 2013, mas o EI.
A estratégia para "degradar" e, em última instância, "destruir" o grupo jihadista incluiria ataques aéreos nas células que operam em vastas regiões isoladas da Síria, além de treinamento e armamento da oposição rebelde do país.
A Casa Branca pediu autorização ao Congresso para o envio de instrutores e equipamentos e a formação de um fundo de US$ 500 milhões (R$ 1,45 bilhão) para bancar a ofensiva, que poderia receber recursos de aliados americanos.
"Hoje, com um novo governo iraquiano local, e após consultas com os aliados no exterior e no Congresso americano, posso anunciar que os EUA irão liderar uma ampla coalizão para reverter a ameaça terrorista", disse o presidente. "Mas quero que o povo americano entenda como esse esforço será diferente das guerras no Iraque e no Afeganistão. Não irá envolver tropas de combate americanos lutando em solo estrangeiro."
A campanha aérea na Síria vai reforçar os mais de 150 ataques contra o EI realizados pelos EUA no norte iraquiano, que serão expandidos para qualquer área na qual a organização esteja presente.
O treinamento e o armamento serão estendidos a forças no Iraque comprometidas com a destruição do grupo fundamentalista, o que inclui militares do governo de Bagdá, do Curdistão autônomo e outras milícias consideradas aliadas na empreitada.
A estratégia passa, ainda, pela formação de uma coalizão no Oriente Médio e na Europa, que deverá ser formada pelo secretário de Estado John Kerry, que está em Bagdá.
Ao falar sobre o EI, Obama disse que o grupo não é islâmico. "Nenhuma religião endossaria assassinatos", disse. "Ele é uma organização terrorista, simples assim." O presidente disse ainda que os radicais islâmicos são "únicos na brutalidade".
França A França afirmou ontem que participará das operações militares aéreas contra os militantes do Estado Islâmico no Iraque se for necessário, mas acrescentou que qualquer ação que adotar contra o grupo na Síria precisaria de uma "abordagem diferente". "No Iraque, participaremos da ação aérea militar se necessário. A situação na Síria é diferente", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, em discurso no instituto de ciências sociais e políticas Sciences Po, em Paris.
Apoio
O presidente Barack Obama ligou ontem para o líder da Arábia Saudita, rei Abdullah bin Abdulaziz, e conversou com ele sobre a necessidade de ampliar o treinamento e o envio de equipamentos para a oposição moderada síria, que poderia combater os militantes do Estado Islâmico. Segundo declaração publicada pela Casa Branca, eles compartilharam suas preocupações com o avanço do grupo extremista no norte do Iraque e na Síria, onde já tomaram o controle de diversas cidades.
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