O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou-se na terça-feira (24) cautelosamente disposto a um envolvimento diplomático com o Irã, mas uma reunião dele com seu colega iraniano não se materializou, num sinal de que a enraizada desconfiança será difícil de superar. Em discurso à Assembleia-Geral da ONU, Obama se disse determinado a testar os recentes gestos diplomáticos oferecidos pelo presidente do Irã, Hassan Rouhani, e o desafiou a adotar medidas concretas que levem ao fim da disputa nuclear com o Ocidente.

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Após declarações conciliatórias de Rouhani nas últimas semanas, havia grande expectativa de que ele e Obama pudessem se reunir em Nova York, paralelamente à sessão anual da Assembleia-Geral. O encontro acabou não acontecendo.

A reunião seria simbolicamente importante por representar o primeiro contato pessoal entre chefes de governo dos dois países desde a Revolução Islâmica iraniana de 1979. "Não haverá reunião", disse uma fonte norte-americana de alto escalão. "Sinalizamos que os líderes poderiam ter uma discussão às margens (da Assembleia-Geral) se a oportunidade se apresentasse. Os iranianos nos responderam. Ficou claro que seria muito complicado para eles fazer isto neste momento, por causa da sua própria dinâmica doméstica."

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Os recentes gestos de Rouhani, incluindo a decisão de retomar negociações nucleares com potências ocidentais, motivaram a esperança de uma distensão nas relações bilaterais. O próprio Obama saudou o "rumo mais moderado" adotado por Rounahi em relação a seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad.

No entanto, contrariando essas expectativas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o mundo não deveria se deixar enganar pelas "palavras apaziguadoras" do novo presidente, a quem acusou de tentar mascarar a busca por armas nucleares. Teerã há anos insiste no caráter pacífico das suas atividades.

Em sem discurso à ONU, Obama disse que "palavras conciliatórias precisarão ser acompanhadas de ações que sejam transparentes e verificáveis". "Os obstáculos", prosseguiu, "podem se revelar grandes demais, mas acredito firmemente que o caminho diplomático deva ser testado."

Havia a expectativa de que Obama e Rouhani poderiam se cumprimentar de passagem durante um almoço promovido pela ONU, mas o presidente iraniano não compareceu. O canal iraniano Press TV disse que ele se ausentou porque soube que bebidas alcoólicas seriam servidas no evento.