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Direitos humanos

Obama promove direitos dos gays em visita à África

Obama participa de entrevista coletiva conjunta com o presidente senegalês, Macky Sall | Reuters/Jason Reed
Obama participa de entrevista coletiva conjunta com o presidente senegalês, Macky Sall (Foto: Reuters/Jason Reed)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou nesta quinta-feira (27) uma visita de uma semana a África, começando pelo Senegal. Ele elogiou a decisão da Suprema Corte de seu país, tomada no dia anterior, a respeito do casamento gay como "uma vitória para a democracia norte-americana", mas entrou em confronto com seu anfitrião senegalês a respeito dos direitos dos homossexuais.

Obama disse que o reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexto nos Estados Unidos deveria cruzar fronteiras e que os direitos igualitários deveriam ser reconhecidos universalmente. Foi a primeira chance do presidente norte-americano de falar sobre a decisão, que foi divulgada quando ele viajava para o Senegal, um dos vários países africanos onde a homossexualidade é considerada crime.

O presidente senegalês Macky Sall rejeitou o pedido de Obama para que os africanos concedam direitos iguais aos gays perante a lei. "Ainda não estamos prontos para descriminalizar a homossexualidade", disse Sall, ao mesmo tempo em que afirmava que o país é "muito tolerante" e precisa de mais tempo para digerir a questão, sem pressão. "Isso não significa que somos homofóbicos."

Relatório divulgado na segunda-feira pela Anistia Internacional diz que 38 países africanos criminalizam a homossexualidade. Em quatro deles - Mauritânia, norte da Nigéria, sul da Somália e Sudão - a punição é a morte e aparentemente a medida conta com amplo apoio popular.

Levantamento divulgado pelo Centro de Pesquisas Pew em junho mostrou que pelo menos 9 a cada 10 pesquisados no Senegal, Quênia, Gana, Uganda e Nigéria acreditam que a homossexualidade não deve ser aceita pela sociedade.

Sall procurou tranquilizar Obama e disse que os gays não são perseguidos no Senegal. Pela lei senegalesa, "um ato indevido ou não natural com uma pessoa do mesmo sexo" é passível de punição com até cinco anos de prisão.

O foco de Obama no Senegal é nas conquistas do dia a dia da ex-colônia francesa, após meio século de independência. Sall derrubou o antigo presidente, que tentou mudar a constituição para facilitar sua reeleição e abrir caminho para que seu filho o sucedesse. A medida resultou em protestos que levaram à eleição de Sall.

"O Senegal é uma das democracias mais estáveis da África e um dos mais fortes parceiros que temos na região", disse Obama. "O país se move na direção certa, com reformas para aprofundar as instituições democráticas." Fonte: Associated Press.

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