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Congressistas temem envolvimento dos EUA em nova guerra
Para conseguir o apoio do Congresso, Obama precisa encontrar um equilíbrio entre parlamentares que defendem ampla autonomia no combate ao EI e outros congressistas, inclusive membros de seu próprio partido, os quais temem que uma nova autorização para o uso da força militar possa levar a um novo envolvimento dos EUA em uma guerra prolongada, a exemplo das campanhas militares no Iraque e no Afeganistão.
A Casa Branca tem buscado ouvir congressistas para resolver as divergências e garantir o apoio dos democratas e dos republicanos antes de entrar formalmente com o pedido. Um assessor disse que o debate no Congresso não deve seguir necessariamente o embate partidário, pois há divergências entre alas do mesmo partido sobre pontos da proposta.
Um funcionário do Congresso afirmou que o presidente deve pedir um resolução válida por três anos, de forma que o próximo presidente tenha que renovar a sua autorização para combater o EI. Obama estaria considerando, ainda, deixar em aberto a possibilidade de enviar tropas caso seja necessário, mas não gostaria de manter soldados em terra durante um tempo prolongado. Por fim, a proposta da Casa Branca não apresentaria limites geográficos para o combate, mas autorizaria o uso da força apenas contra o EI, segundo o funcionário.
A Casa Branca se preparou ontem para apresentar a parlamentares dos EUA o seu plano para determinar as possibilidades de uso de força militar no combate à facção radical Estado Islâmico (EI), estabelecendo o primeiro voto no Congresso americano em 13 anos sobre regulamentações de guerra.
A proposta do presidente Barack Obama, que foi discutida ontem com senadores democratas, deve ser apresentada formalmente hoje, segundo um membro do partido.
Os defensores do plano argumentam que uma nova autorização para o uso de força militar é importante para demonstrar unidade na luta contra o EI, cujos militantes estabeleceram domínio em regiões do Iraque e da Síria, impuseram uma forma violenta da sharia, a lei islâmica, além de matar reféns dos EUA e de países aliados.
Para justificar as ações empreendidas contra o EI até agora, Obama tem se apoiado em uma resolução votada pelo Congresso em 2002, a qual conferia poder de guerra ao então presidente George W. Bush na campanha americana contra o Iraque em resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001.
Anteriormente, Obama argumentava que tinha autoridade legal para empreender ataques aéreos contra o EI e para utilizar tropas americanas no treinamento das forças de segurança iraquianas.
Defesa
Os EUA vêm realizando bombardeios contra o EI desde agosto e lideram uma coalizão internacional de combate.