Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, estabeleceu como me­­ta cortar em um terço as importações de petróleo norte-americanas em cerca de dez anos, mas manteve o Brasil como importante parceiro futuro no fornecimento do produto que continuará chegando ao país.

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A fala de Obama veio em um momento em que o preço do barril de petróleo atinge seu nível mais alto desde 2008, em meio às revoltas árabes, e em que a energia nuclear sofre renovado escrutínio devido aos vazamentos no Japão.

As promessas foram recebidas com ceticismo dadas as memórias vivas de outras que foram descumpridas, tanto por ele quanto por seus antecessores. O próprio Obama fez menção a isso.

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"Presidentes e políticos de todo tipo prometeram independência energética, mas até hoje a promessa não foi cumprida. Eu também prometi (...) mas nós encontramos o mesmo impasse político que impede o avanço há décadas’’, afirmou.

Bush

Obama ganhou comparações imediatas com George W. Bush (2001-2009), que concorreu à Casa Branca prometendo autossuficiência energética e apostava no aumento da produção doméstica via exploração em áreas antes protegidas.

Em discurso em 2003, Bush disse que diminuir a dependência do petróleo era a terceira maior prioridade de seu governo. Com 2% das reservas mundiais, os EUA consomem 25% do petróleo do mundo.

Obama tem o mesmo objetivo, mas com foco em fontes de energia, como gás natural e renováveis. Ele disse que é preciso começar imediatamente a colocar em prática um plano de longo prazo para reduzir a necessidade de importação de petróleo.

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"Defino esse objetivo [de cortar importação para um terço] sabendo que petróleo estrangeiro vai continuar a ser parte importante de nosso portfólio energético por muito tempo’’, disse.

E é aí que entra o Brasil. "Podemos fazer parcerias com vizinhos como Canadá, México e Brasil, que recentemente descobriu novas reservas e com quem podemos compartilhar tecnologia e know-how americanos.’’

Esses países causam bem menos controvérsia do que outros dos quais os EUA compram combustível, da Vene­­zuela a Arábia Saudita.

Exemplo do Brasil

O Brasil também foi citado como exemplo a ser seguido. "Se alguém duvida do potencial dessas fontes [renováveis], pensem no Brasil. Mais da metade dos veículos do país podem ser carregados com biocombustíveis.’’

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O presidente também afirmou que quer acelerar a ex­­ploração nacional de petróleo e gás.

As afirmações ganharam críticas internas. A ex-governadora do Alasca Sarah Palin, queridinha dos conservadores, disse que Obama está em guerra com o petróleo nacional. "Estamos subsidiando exploração em alto-mar no Brasil e comprando energia deles em vez de explorar nós mesmos’’, afirmou.

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