Representantes da campanha de Barack Obama recuaram e passarão a apoiar explicitamente o superPAC (grupo que levanta fundos para os candidatos).
"Decidimos [apoiar o PAC Priorities USA Action] porque não podemos deixar que o trabalho que vocês estão fazendo nas comunidades seja destruído por milhões de dólares investidos em propaganda negativa", disse Jim Messina, coordenador da reeleição presidencial.
Os superPACs foram autorizados pela Suprema Corte americana em 2010, mas são alvo de polêmica. Eles podem levantar quantias ilimitadas com empresas ou indivíduos e se aproveitam de brechas legais para adiar a divulgação dos nomes dos contribuintes.
No passado, Obama havia criticado esses grupos, que são considerados independentes e, portanto, não podem coordenar suas ações diretamente com o partido político que apoia.
Representantes de Obama poderão aparecer nos eventos do superPAC, administrado por ex-assessores da Casa Branca. O fundo já arrecadou US$ 4,4 milhões (R$ 7,5 milhões).
Um dos objetivos dos PACs é financiar campanhas negativas contra adversários. O Priorities USA Action não era tão ativo quanto os supercomitês republicanos (que já levantaram dezenas de milhões de dólares), mas tem ficado mais atuante.
O superPAC de Mitt Romney, líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida republicana, arrecadou US$ 30 milhões (R$ 51,7 milhões), vindos de menos de 200 doadores. A maior parte se originou de pessoas e empresas do setor financeiro.
Mas, se por um lado o fundo de Romney é mais robusto que o do democrata, a campanha arrecadou menos dinheiro que a de Obama. Segundo o site "Open Secrets", para transparência eleitoral, a campanha de Obama tem US$ 125 milhões (R$ 215 milhões), e a de Romney, US$ 57 milhões (R$ 98 milhões).
A campanha de Obama prometeu devolver os US$ 200 mil doados pela família do empresário mexicano Juan Jose Rojas Cardona. Ele desapareceu em 1994 após pagar fiança para deixar a prisão em Iowa, acusado de tráfico de drogas. Nos anos posteriores, seu nome foi ligado a casos de violência e corrupção no México.