A Casa Branca anunciou ontem novas medidas para proteger informações secretas e as redes de computador do governo contra divulgações não autorizadas, como aconteceu ano passado com a publicação de milhares de dados sigilosos pelo WikiLeaks. A ordem assinada pelo presidente Barack Obama é resultado de sete meses de investigações.
Entre as medidas, estão novas diretrizes sobre o número de pessoas com acesso a dados confidenciais, o compartilhamento de informação entre as diferentes agências do governo e a identificação no acesso de arquivos secretos via internet. Cada agência governamental ainda terá um oficial destacado para garantir a segurança de informações confidenciais.
Também está prevista a criação de um grupo de trabalho para "melhorar a proteção e reduzir a vulnerabilidade" dos arquivos de Estado contra o que a Presidência classifica como "ameaças internas". A comissão permanente será comandada pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder, e pelo diretor de inteligência nacional, James Clapper. Com a iniciativa, a Casa Branca pretende "reduzir o risco de futuras infiltrações" e "melhorar a segurança nacional mediante um intercâmbio responsável e controlado de informações confidenciais".
"A segurança da nossa nação requer que informações secretas sejam compartilhadas imediatamente por usuários autorizados ao redor do mundo, mas também requer medidas sofisticadas e vigilantes para assegurar que sejam compartilhadas em segurança", afirma a ordem de Obama.
O governo norte-americano considera que os dados obtidos nos últimos anos pelo WikiLeaks sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, assim como correspondências do Departamento de Estado, colocaram em perigo os agentes que trabalham para a administração, provocaram a suspensão de importantes projetos e criaram tensões políticas entre Washington e alguns de seus aliados no exterior.
A Justiça dos EUA atribuiu grande parte dos vazamentos ao soldado Bradley Manning, que atualmente está preso acusado de ter repassado dados secretos ao WikiLeaks.
Desde que a organização dirigida pelo australiano Julian Assange publicou alguns dos documentos obtidos, o Pentágono, a CIA [agência de inteligência] e o Departamento de Estado começaram a adotar precauções adicionais para evitar novos vazamentos. O Departamento de Estado mudou o canal até então para o envio de mensagens diplomáticas entre Washington e suas embaixadas em diferentes países. O Pentágono, por sua vez, incorporou novos programas de controle sobre o acesso à internet.