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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, resistiu nesta sexta-feira (6) à pressão para desistir dos planos de atacar a Síria e arregimentou o apoio de outros dez líderes para uma resposta "forte" ao uso de armas químicas no país árabe.

Obama resistiu à campanha feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, durante os dois dias da cúpula do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, em São Petersburgo, na Rússia.

Os EUA conseguiram a adesão de dez outros países a uma declaração que cobra uma resposta internacional robusta à Síria, embora sem falar explicitamente em ataques militares. O resultado deixa clara a profunda divisão por causa do tema Síria, que dominou a reunião.

Aderiram ao texto: Arábia Saudita, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Turquia.

O Brasil não assinou o comunicado divulgado pela Casa Branca. A presidente Dilma Rousseff reiterou nesta sexta-feira que o Brasil não reconhece uma ação militar na Síria sem a aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Deixando suas diferenças de lado, os líderes do G20, que representam 90 por cento da economia mundial e dois terços da sua população, declararam que a economia global está se recuperando, mas ainda não saiu da crise, e fizeram um apelo por crescimento e empregos.

Não houve declaração do G20 sobre a Síria, que motivou uma tensa discussão no jantar de trabalho da quinta-feira. Na sexta, Obama e Putin conversaram durante 20 minutos.

"Nós nos escutamos, entendemos os argumentos, mas não concordamos. Não concordo com os argumentos dele, ele não concorda com os meus", disse Putin na entrevista coletiva de encerramento da cúpula.

Participantes disseram que no jantar de quinta-feira a tensão entre Obama e Putin era palpável, mas que os dois líderes pareceram se esforçar para evitar uma escalada. Obama disse que era preciso dar crédito a Putin por ter permitido, como anfitrião, uma longa discussão sobre a Síria na noite de quinta-feira.

Obama, no entanto, insistiu na necessidade de uma resposta militar ao que teria sido um ataque químico em 21 de agosto, que os EUA dizem ter matado mais de 1.400 pessoas, incluindo centenas de crianças. O governo sírio nega a responsabilidade pelo incidente.

"Deixar de responder a esta violação da norma internacional transmitiria um sinal a nações párias, regimes autoritários e organizações terroristas de que eles podem desenvolver e usar armas de destruição em massa e não arcar com as consequências. E não é esse o mundo em que queremos viver", afirmou Obama em outra entrevista coletiva.

Putin afirmou que Washington não apresentou provas convincentes de que as tropas de Assad teriam realizado o ataque e chamou o incidente de uma "provocação" por parte das forças rebeldes na esperança de encorajar uma resposta militar dos Estados Unidos.

O presidente chinês, Xi Jinping, tentou convencer Obama a desistir da ação militar durante as negociações nesta sexta-feira, dizendo que Pequim espera que os países pensem duas vezes antes de agir.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu contra uma intervenção militar sem a aprovação do Conselho de Segurança da entidade.

Incapaz de ganhar o apoio do Conselho de Segurança por causa da oposição de Rússia e China, que têm poder de veto, Obama está buscando o apoio do Congresso dos Estados Unidos para agir.

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