O presidente dos EUA, Barack Obama, aproveitou o discurso do Estado da União, o mais importante do calendário político americano, para revigorar o apoio da base democrata e mostrar que está aberto ao diálogo com os republicanos.
Obama acaba de sofrer uma derrota política importante com a perda da vaga democrata de senador por Massachusetts. A eleição do republicano para o cargo ameaça a aprovação dos principais projetos da agenda política do primeiro ano de g overno do presidente, como as reformas da saúde e de regulação do sistema financeiro.
O presidente aproveitou a ocasião, ontem, para lembrar que o partido ainda tem a maioria nas duas Casas. E, em vez de dar destaque aos pontos ambiciosos da agenda do primeiro ano de governo, enfatizou o assunto que mais preocupa os americanos hoje: o desemprego. Com uma taxa de desocupação de 10%, Obama afirmou que quer aprovar a lei de estímulo à criação de empregos e fomentar vagas em pequenas empresas com crédito facilitad o.
O discurso foi visto por 48 milhões de americanos, cerca de 4 milhões a menos do que os que assistiram ao seu primeiro pronunciamento ao Congresso no ano passado.
O grande ponto de interrogação na agenda interna de Obama, porém, ainda é a reforma do sistema de saúde saúde. No discurso ao Congresso, Obama disse que não desistiu dos americanos que não têm cobertura e que não soube explicar bem o assunto para a população.
Foi o principal ponto atacado pelos republicanos, que em alguns casos chegaram até mesmo a elogiar parte do discurso. O governador da Virgínia, Bob McDonnell, afirmou que "muitos americanos não querem entregar o melhor sistema de saúde do mundo para o governo.
Especialistas receberam o discurso como um sinal de uma agenda bem menos ambiciosa do que a do primeiro ano, compatível com um momento de popularidade em baixa.
Ontem, ele iniciou uma sequência de viagens com uma parada em Tampa, na Flórida, onde repetiu que a geração de emprego se tornou a prioridade número um do governo.