O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recepcionou nesta quarta-feira (14) alguns dos últimos soldados norte-americanos a deixar o Iraque, marcando simbolicamente o fim de quase nove anos de guerra.Falando a soldados no quartel Fort Bragg, na Carolina do Norte, sede da 82a. Divisão Aerotransportada, Obama disse que desejava celebrar "um momento histórico na vida do nosso país e dos nossos militares".
"Como seu comandante-chefe, e em nome de uma nação grata, tenho orgulho de finalmente dizer essas palavras: bem-vindos ao lar, bem-vindos ao lar, bem-vindos ao lar", afirmou ele num hangar a milhares de militares, sob aplausos.
A guerra matou 4.500 soldados dos EUA e pelo menos 60 mil iraquianos. Ela sobrecarregou a capacidade militar norte-americana e abalou a posição dos EUA no mundo. Na terça-feira, Obama disse que o custo total do conflito pode superar 1 trilhão de dólares.
O fim da guerra do Iraque foi uma promessa eleitoral de Obama em 2008, e permitirá que a Casa Branca dedique mais atenção ao conflito do Afeganistão e às dificuldades econômicas domésticas.
Mas, enquanto os últimos militares norte-americanos arrumam as malas no Iraque, o debate sobre a estratégia de retirada adotada por Obama continua acalorado. Críticos acusam o presidente de ter apressado o fim do conflito por causa da sua campanha à reeleição, e alertam que a retirada pode estimular a insurgência iraquiana e dar mais influência regional ao Irã, poderoso vizinho do Iraque.
Em carta aberta a Obama na quarta-feira, o pré-candidato republicano a presidente Mitt Romney disse que "as palavras de boas vindas aos nossos soldados que regressam não bastam". Ele qualificou de "desgraça" o fato de que o desemprego entre os veteranos da guerra do Iraque chegue a 11 por cento, bem acima da média nacional.
Os EUA chegaram a ter 170 mil soldados no Iraque no auge da guerra, e nesta semana restavam apenas cerca de 5.500. Obama deve sua presidência em parte à guerra do Iraque, que já era extremamente impopular na época da sua eleição.
Em 2002, ainda como senador estadual de Illinois, Obama fez um inflamado discurso alertando que a invasão do Iraque - que se concretizaria no ano seguinte - mergulharia os EUA em uma "guerra estúpida".
O então presidente George W. Bush ordenou a invasão do Iraque por causa das suspeitas de que o regime de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa e estaria se aliando à Al Qaeda - acusações que jamais foram comprovadas.
Uma vez na Casa Branca, Obama se apressou em reduzir o envolvimento num conflito ao qual seus assessores se referiam como "a guerra de Bush". Desde então, os EUA vêm concentrando seus esforços na guerra do Afeganistão, a qual segundo analistas será mais marcante para o legado histórico do governo Obama.
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