O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, consultou na quarta-feira (8) autoridades do setor de inteligência sobre formas de limitar as práticas de vigilância dos EUA, à medida que se aproxima de concluir uma revisão que levará a mudanças na forma de proceder com dados de telefonemas e também a restrições na espionagem de líderes estrangeiros.
Obama, que pode anunciar as reformas no setor de inteligência na próxima semana, tem agido em busca de restaurar a confiança dos norte-americanos nos serviços de inteligência do país, após os danos causados pelas revelações do ex-prestador de uma agência de espionagem Edward Snowden sobre a dimensão das práticas de vigilância do governo.
O presidente conversou sobre o andamento do processo de revisão em reunião com o diretor de Inteligência dos EUA, James Clapper, o diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA), Keith Alexander, o secretário de Justiça, Eric Holder, e o vice-presidente, Joe Biden.
"Essa foi uma chance importante para o presidente ouvir diretamente de sua equipe, quando ele começa a tomar decisões finais sobre como nós vamos seguir em frente com os programas-chave de inteligência", disse Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Obama também reuniu-se com integrantes do Conselho de Supervisão da Privacidade e das Liberdade Civis, um grupo bipartidário independente que faz uma revisão das práticas de vigilância dos EUA, incluindo a coleta de dados de telefonemas.
Obama deve encontrar diversos parlamentares norte-americanos nesta quinta-feira para voltar a tratar sobre a revisão da inteligência.
As reformas devem incluir algumas restrições à espionagem de líderes estrangeiros, uma questão surgida no ano passado após denúncias de que a NSA teria espionado as comunicações pessoais da presidente Dilma Rousseff e da chanceler alemã, Angela Merkel.
As informações sobre a capacidade de o governo de monitorar o tráfego de telefonemas e emails de norte-americanos e estrangeiros estão entre as principais revelações feitas por Snowden, que atualmente vive em asilo temporário na Rússia. Ele é procurado pelos EUA para enfrentar acusações de espionagem.
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