O presidente americano, Barack Obama, mostrou-se nesta terça-feira (6) prudente sobre a possibilidade de ataques militares ao Irã e à Síria e acusou seus adversários republicanos de falar levianamente quando pedem intervenções contra esses dois países.

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Em sua primeira coletiva de imprensa de 2012 - concedida justamente na chamada "Superterça", quando são realizadas as decisivas primárias republicanas em dez estados americanas -, Obama afirmou que as sanções contra o Irã estão funcionando e descartou a necessidade imediata de um ataque militar.

O Irã está sentindo o efeito das "sanções de uma maneira substancial", afirmou. "O mundo está unificado, o Irã se acha politicamente isolado", explicou que a "ideia de que temos de tomar uma decisão sobre o uso da força na próxima semana, ou nas próximas duas semanas, ou um mês ou dois meses não está abalizada pelos fatos".

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Obama, um dia depois de ter se reunido na Casa Branca com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, acrescentou que as discussões com o Irã por causa de seu programa nuclear mostrarão de forma rápida se Teerã quer negociar a sério. E opinou que a solução pacífica interessa a todos, inclusive a Israel, que prefere a intervenção militar.

"Quando vejo a leviandade com que alguns falam de guerra, eu penso nos custos que uma guerra envolve", afirmou referindo-se a seus adversários republicanos.

Os pré-candidatos republicanos Mitt Romney e Rick Santorum acusaram nesta terça-feira o presidente americano, Barack Obama, de ser muito frouxo em relação ao Irã e prometeram usar a força contra as instalações nucleares iranianas.

"Como presidente, estaria disposto a continuar pela via diplomática, mas também estaria disposto a usar nossa força militar", declarou Romney.

"Não devemos permitir que o Irã fabrique e possua a bomba atômica", acrescentou.

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Rick Santorum, seu rival na corrida pela indicação republicana, lançou um ultimato à Teerã.

"Eu vejo um presidente que tem sido relutante. Diz que apoia Israel, mas tudo o que eu vi até agora é que tem virado as costas" para os israelenses, disse Santorum a um grupo pró-Israel poderoso.

"Precisamos fazer mais do que apenas falar", afirmou ainda.

Por outra parte, Obama descreveu a violência na Síria como devastadora, mas indicou que não há uma solução fácil e que a ação militar unilateral seria um erro.

"O que acontece na Síria é devastador e escandaloso, e o que temos visto é a comunidade internacional mobilizando-se contra o regime de Assad", declarou.

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O presidente sírio, Bashar al-Assad, "perdeu a legitimidade de seu povo. E as ações que está efetuando contra a sua própria gente são indesculpáveis", ressaltou o presidente aos jornalistas.

No entanto, "para nós, efetuar uma ação militar unilateral, como alguns sugeriram, ou acreditar que há uma solução fácil, é um erro", acrescentou.

Na segunda-feira, o líder republicano John McCain pediu que a Força Aérea dos Estados Unidos efetue bombardeios contra as forças sírias para proteger a população e criar abrigos seguros para os opositores do regime.

Mas Obama advertiu que a situação não é a mesma da atravessada pela Líbia, onde os Estados Unidos utilizaram sua força aérea para apoiar a zona de exclusão aérea imposta pela Otan.

Na Líbia, os Estados Unidos "tinham a plena cooperação da região, dos estados árabes, e sabíamos que poderíamos executar (a operação) de forma efetiva em um período relativamente curto de tempo. Esta é uma situação muito mais complicada", concluiu Obama.

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